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"Existe uma enorme pressão sobre os serviços de saúde pública"

A conferência de imprensa da DGS contou, esta sexta-feira, com a presença do secretário de Estado da Saúde e da diretora-Geral da Saúde.

"Existe uma enorme pressão sobre os serviços de saúde pública"
Notícias ao Minuto

13:30 - 16/10/20 por Notícias Ao Minuto

País Covid-19

A conferência de imprensa de atualização de informação relativa à infeção pelo novo coronavírus realizou-se hoje, e como habitualmente, depois da divulgação do boletim epidemiológico ser publicado e de revelar que Portugal voltou a bater o recorde diário com 2.608 diagnósticos nas últimas 24 horas. Quanto a vítimas mortais, a DGS revelou que 21 pessoas não resistiram ao vírus no último dia.

Coube ao secretário de Estado da Saúde Diogo Serras Lopes 'dar o pontapé de saída' começando por elogiar o reforço feito até agora no Serviço Nacional de Saúde (SNS), destacando a contratação de mais de cinco mil profissionais de saúde, os 731 ventiladores adquiridos, e a capacidade de testagem que, de acordo com o mesmo, esta semana, ultrapassou por vários dias os 30 mil testes diários. 

Ainda segundo o governante, também a linha SNS 24 atendeu, este mês, mais de 20 mil chamadas por dia. Já a percentagem de ocupação de camas global está em cerca de 70%.

Distribuídas 785 mil doses de vacina para a gripe

A diretora-geral da Saúde revelou, esta sexta-feira, que foram distribuídas 785 mil doses de vacina para a gripe e garantiu que, "na próxima semana, chegaremos a 1 milhão e 400 mil doses". "Adquirimos o maior número de doses para o Serviço Nacional de Saúde: 2 milhões", sublinhou Graça Freitas.

179 códigos inseridos na app StayAway Covid

Questionado sobre a aplicação de rastreio StayAway Covid, o secretário esclareceu que mais de um milhão e 683 mil pessoas já fez o download e 179 pessoas infetadas inseriram o  código fornecido pelos médicos.

Quanto à obrigatoriedade da app, Diogo Serras Lopes disse apenas que aguardam que seja tomada uma decisão por parte da Assembleia da República quando à proposta de lei do Governo.

Médicos acompanham eventuais sequelas dos doentes

Sobre as eventuais sequelas dos doentes, Graça Freitas relembrou que começam a surgir estudos sobre esta questão, mas há que distinguir duas situações diferentes.

"As do foro neuromuscular e relacionadas com a perda de capacidade física que podem ter diretamente a ver com a doença Covid ou com o facto de alguns destes doentes terem tido internamentos prolongados nomeadamente em unidades de cuidados intensivos", explicou a responsável.

Segundo a diretora-geral da Saúde, "quem fica em unidades de cuidados de intensivos, nomeadamente ventiladas e por períodos longos, independentemente da doença que deu origem a esse internamento, pode apresentar sequelas que muitas vezes não ficam permanentemente".

E, garante Graça Freitas, "os médicos dos hospitais que deram alta a estes doentes acompanham a sua convalescença e monotorizam o aparecimento e desaparecimento destas sequelas".

"Existe uma enorme pressão sobre os serviços de saúde pública"

A diretora-geral da Saúde reconheceu hoje que "existe uma enorme pressão sobre os serviços de saúde pública". "Estamos com muitos doentes e casos e a investigação epidemiológica implica que a partir de cada caso diagnosticado se vá à procura dos contactos", explicou.

Estes contactos são divididos em alto risco, que têm de ficar em isolamento, e baixo, não têm de o fazer, mas têm de cumprir as regras de segurança e distanciamento.

Equipas de saúde pública reforçadas com estagiários

Para reforçar as equipas de saúde pública, a diretora-geral da Saúde revelou que "houve um contacto do Ministério da Saúde com o Ministério do Ensino Superior para que através das escolas de enfermagem os alunos dos últimos anos, acompanhados com os professores, possam fazer estágio nestas unidades de saúde pública e receber treino que numa primeira fase é dado pela DGS".

Estes estudantes vão ajudar as equipas de saúde pública a fazer os inquéritos epidemiológicos, a detetar contactos "o mais rapidamente possível" e a acompanhá-los, esclareceu ainda a responsável.

Morreram 860 utentes de lares desde o início da pandemia

Graça Freitas revelou que já morreram 860 utentes de lares e residências para idosos desde o início da pandemia. Segundo a responsável, destes óbitos, 349 ocorreram no Norte, 152 no Centro, 333 em Lisboa e Vale do Tejo, 20 no Alentejo e seis no Algarve.

Pressão no Amadora-Sintra e Beatriz Ângelo "não é uma questão nova"

Questionado sobre a pressão nos hospitais Amadora-Sintra e Beatriz Ângelo, que pediram para não lhes encaminharem doentes urgentes, Diogo Serra Lopes sublinhou que “existem casos pontuais que não são específicos, nem novos da pandemia, já aconteceram noutras situações".

"Há situações em que um determinado hospital não consegue dar a resposta necessária, faz parte da gestão do dia-a-dia. Não é uma questão particularmente nova", acrescentou.

Público na Fórmula 1 e no Moto GP? Está a ser "equacionado"

Por sua vez, quanto ao regresso do público à Fórmula 1 e o Moto GP, no Algarve, Graça Freitas anunciou que "ambas as questões estão a ser equacionadas conforme a situação epidemiológica na região do país". "Estamos a ser muito cautelosos", frisou.

Doentes sem agravamento dos sintomas: “No final do décimo dia praticamente não contagiam ninguém”

"No final do 10º. dia praticamente não contagiam ninguém"

Já no fim da conferêcia, a diretora-geral da Saúde foi questionada sobre a nova norma da DGS, que determina que se dê alta aos doentes assintomáticos ou com sintomas ligeiros ao fim de 10 dias, e que tem gerado alguma confusão e controvérsia.

"Uma pessoa infeciosa, 48 horas antes de manifestar sintomas, pode transmitir a doença a outros, mas essa transmissão vai sendo menor ao longo do tempo. Se o doente não tiver febre, nem agravamento de nenhum dos sintomas, no final do 10º. dia praticamente não contagia ninguém. Vamos aprendendo com os estudos que vão saindo. Diferente é ter alguém que é assintomático e é um contacto. Esse contacto está 14 dias em isolamento profilático, que tem a ver com o período de incubação. Tem o vírus, mas não há manifestação nenhuma de que o tenha”, explicou Graça Freitas.

[Notícia atualizada às 15h03]

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