Meteorologia

  • 25 ABRIL 2024
Tempo
18º
MIN 13º MÁX 19º

Recuperação do Pinhal do Rei tem de respeitar os tempos da natureza

O secretário de Estado da Conservação da Natureza, das Florestas e do Ordenamento do Território disse hoje que a recuperação do Pinhal do Rei, destruído pelos incêndios de outubro de 2017, tem de respeitar os tempos da natureza.

Recuperação do Pinhal do Rei tem de respeitar os tempos da natureza
Notícias ao Minuto

18:56 - 15/10/20 por Lusa

País Incêndios

"Compreendo a frustração das pessoas [por o processo não andar mais rápido], mas, como a regeneração natural nos veio provar, há aqui um tempo que é o da natureza e temos de o respeitar", disse João Paulo Catarino na Marinha Grande, no dia em que passam três anos sobre o trágico fogo que destruiu 86% daquela mata nacional.

Falando aos jornalistas à saída de uma reunião com o Observatório do Pinhal do Rei, o governante referiu que já estão intervencionados 2.000 hectares dos cerca de 9.500 queimados e que estão a avançar mais 2.000 hectares onde "não existe regeneração natural suficiente e é preciso arborizar".

Segundo João Paulo Catarino, até 2024/2025 existe a perspetiva de se conseguir analisar "quais as áreas que precisam ou não de arborização e, a partir daí, será a condução da regeneração natural, que vai levar 20/30 anos".

"Depois teremos um plano de gestão para essa mata nacional que terá de ser concretizado do tipo de povoamento que vier a resultar da regeneração natural e da rearborização", adiantou.

Para o governante, "estes são os tempos da natureza que temos e estamos a respeitar, ajustando os investimentos em função daquilo que a natureza nos diz".

As intervenções em curso e as já programadas representam um investimento de nove milhões de euros, mas o secretário de Estado das Florestas estimou que nos próximos cinco, seis anos serão necessários mais "outros nove milhões de euros, porque só o aproveitamento da regeneração natural dos outros milhares de hectares será um investimento muito significativo".

Os 16 milhões arrecadados pelo Estado na venda da madeira queimada, que o Governo prometeu investir na totalidade no Pinhal do Rei, não vão ser suficientes para recuperar a área destruída, salientou João Paulo Catarino, que estima um investimento total na ordem dos 18 milhões de euros.

Com 11 mil hectares, a Mata Nacional de Leiria, conhecida como Pinhal do Rei, foi duramente atingida pelos incêndios de 15 de outubro de 2017, que destruíram cerca de 9.500 hectares, o equivalente a 86% da área florestal da mata.

Na reunião de hoje, em que participaram os presidentes do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) e da Câmara da Marinha Grande, alguns elementos do Observatório do Pinhal do Rei criticaram a baixa execução do plano de recuperação da área ardida, o aparecimento de infestantes e situações de destruição da regeneração natural nas ações de corte do material lenhoso queimado.

Recomendados para si

;
Campo obrigatório