Apelo global para reduzir emissões chega hoje a três empresas portuguesas
As portuguesas Jerónimo Martins, Navigator e Cimpor estão entre as mais de 1.800 empresas mundiais responsáveis por 25% das emissões de gases com efeito de estufa que são alvo de um apelo para cumprir metas de redução.
© Lusa
Economia Clima
Segundo um comunicado da CDP, uma organização internacional sem fins lucrativos que tem por objetivo a divulgação ambiental, 137 instituições financeiras globais, entre as quais as seguradoras AXA e Allianz, e que em conjunto representam ativos de 20 biliões de dólares, apelam a que estas mais de 1.800 empresas cumpram metas de redução de emissões de gases que permitam travar o aquecimento global em 1,5 graus Celsius e atingir as zero emissões em 2050, o mais tardar.
O apelo é hoje divulgado pela CDP, no âmbito de uma campanha de envolvimento na ação climática e enviado às milhares de empresas na lista das mais poluentes, onde para além das três portuguesas se encontram companhias como a Tesla.
"Juntas são responsáveis por 13,5 gigatoneladas de emissões por ano, o equivalente a 25% do total global de emissões. Em toda a sua cadeia de valor, estas empresas têm influência num volume mais de três vezes superior de emissões acumuladas", lê-se no comunicado da organização sem fins lucrativos, hoje divulgado.
O apelo das instituições financeiras é para que estas empresas mais poluentes se comprometam com metas baseadas na ciência para garantir uma verificação independente.
"Isto permite a investidores e empresas elevar a sua ambição climática de maneira a ser avaliada de forma uniforme e comparável", refere o comunicado.
Mais de um milhar de empresas em todo o mundo já se comprometeram com metas de redução de base científica, entre as quais 300 que se comprometeram com o objetivo de reduzir o aquecimento global em 1,5 graus Celsius assinando a carta de compromisso para o efeito.
Reduzir as emissões das cadeias de valor em conjunto com a ciência climática pode aumentar a resiliência e competitividade das empresas, ajudar à inovação, responder a ajustes dos reguladores e aumentar a confiança dos investidores, refere o comunicado.
O diretor para os mercados de capitais da CDP Europa, Laurent Babikian, disse, citado no comunicado, que a organização sem fins lucrativos está encantada com o facto de "tantos investidores europeus de envergadura reconhecerem a importância para as empresas de definir metas de base científica" para travar o aquecimento global e descarbonizar a economia.
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