A "transferência vai iniciar-se hoje à noite", numa operação que deverá demorar "três ou quatro horas", indicou o presidente da Câmara de Évora, Carlos Pinto de Sá, em declarações à agência Lusa.
O autarca assinalou que, além dos 28 utentes que se encontram no lar, vão ser transferidas para a residência universitária duas funcionárias da instituição, as quais "não têm condições de isolamento na sua casa".
Segundo o presidente do município, a transferência vai ser feita pelos bombeiros e concretiza-se após a avaliação das autoridades de saúde "ao momento" da operação.
Pinto de Sá notou que foram feitas "análises e exames de precaução" na residência da Universidade de Évora e que foi detetada a bactéria 'legionela', mas assinalou que "não foi por esse via" que a transferência se atrasou.
"Estivemos a aguardar a avaliação do estado de saúde dos utentes que foram ao hospital e a constituição da equipa" que vai prestar os cuidados aos utentes na residência universitária, vincou.
A equipa de cuidadores, referiu, é constituída por 16 profissionais e foi criada no âmbito de um protocolo estabelecido entre a Segurança Social e a Cruz Vermelha Portuguesa.
O presidente da Câmara de Évora adiantou que os testes à covid-19 realizados a pessoas de lares e estabelecimentos comerciais da cidade, onde existiam suspeitas de contágio, "deram negativo", o que constitui "uma boa notícia".
"Os casos ativos que estão a aparecer, e que ainda aparecerão mais alguns, decorrem das relações familiares e contactos direitos dos infetados do lar", sublinhou, realçando que "não existem contágio comunitário, apesar de o risco ser elevado".
Carlos Pinto de Sá precisou que estão agora dois utentes do lar internados no Hospital do Espírito Santo de Évora e uma outra pessoa da comunidade cuja infeção está relacionada com este surto.
Uma utente do Lar da Quinta da Sizuda infetada com covid-19 e que se encontrava internada no HESE morreu na noite de quarta-feira.
De acordo com informações da câmara e da Administração Regional de Saúde do Alentejo, há 52 pessoas diretamente atingidas por este surto da doença provocada pelo novo coronavírus SARS-CoV-2.
Destas, 39 dizem respeito ao lar, sendo 30 idosos e nove funcionários, enquanto os outros 13 casos são de pessoas da comunidade.
O primeiro caso de covid-19 detetado neste lar ilegal da cidade foi o de um idoso que foi transportado, há precisamente uma semana, para o HESE, onde fez o teste à doença, que deu positivo.
De acordo com o autarca de Évora, Carlos Pinto de Sá, o lar está ilegal por se localizar numa zona da cidade cujo plano de urbanização não permite este tipo de estruturas.