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Football Leaks. Intrusão no escritório PLMJ partiu de email falso

A intrusão nos sistemas informáticos do escritório de advogados PLMJ surgiu através de um email falso das Finanças, revelou hoje o presidente do conselho de administração da sociedade, Pais Antunes, na terceira sessão do julgamento do processo Football Leaks.

Football Leaks. Intrusão no escritório PLMJ partiu de email falso
Notícias ao Minuto

14:22 - 16/09/20 por Lusa

País Football Leaks

Em resposta a uma questão do coletivo de juízes, Luís Pais Antunes explicou que uma das advogadas da sociedade recebeu um email das Finanças e, por precaução, remeteu-o para o técnico informático de serviço naquele dia e este acabou por abrir o email, concedendo inadvertidamente acesso aos sistemas informáticos, onde estavam guardadas as autorizações e documentos.

"No prazo de 48 horas percebeu-se qual era a porta. Grande parte das autorizações estava concentrada no mesmo servidor. Soube-se mais tarde que o 'guarda noturno' [técnico informático] não teve a perceção do erro", explicou o líder do escritório de advogados alegadamente alvo de intrusão por Rui Pinto, criador da plataforma Football Leaks.

Pais Antunes esclareceu que os acessos aos sistemas informáticos da PLMJ iniciaram-se em outubro de 2018, embora só tenham tido a confirmação no final de dezembro, depois de terem surgido documentos da sociedade num blogue intitulado "Mercado de Benfica" e após perícias forenses realizadas por entidades externas.

"A primeira fase foi puramente interna, onde decorreu a monitorização de todos os acessos, fazendo despistagem e trancando as portas. Numa segunda fase foram contratadas equipas de empresas externas, que fizeram uma análise mais específica dos pontos fracos. Na terceira fase deu-se a entrada da empresa multinacional que fez a análise mais exaustiva", adiantou, sublinhando: "Houve uma perícia mais sofisticada que permitiu perceber que não era um acesso pontual e que se prolongava desde outubro".

Ao longo da manhã, o líder do escritório de advogados relativizou o impacto da intrusão nos sistemas informáticos da PLMJ, revelando que tinham sido monitorizados "centenas de ataques", mas nenhuma intrusão externa, tendo posteriormente a sociedade dado passos no sentido de "minimizar os riscos" e reforçar a segurança.

"Infelizmente, não é um facto isolado, nem é um problema de um setor específico da sociedade. Sempre houve violações de correspondência, há é uma nova forma de aceder à informação", afirmou Pais Antunes, realçando a divulgação de informação relativa ao processo E-Toupeira, a 'Operação Marquês' e o processo "que envolvia o presidente da EDP, António Mexia".

Contudo, Pais Antunes não deixou de considerar "relevante, sigilosa e nada anódina" a informação da PLMJ que foi divulgada na Internet, acrescentando não ter conhecimento de outras investigações que tenham sido iniciadas a partir dos documentos revelados.

Rui Pinto, de 31 anos, responde por um total de 90 crimes: 68 de acesso indevido, 14 de violação de correspondência, seis de acesso ilegítimo, visando entidades como o Sporting, a Doyen, a sociedade de advogados PLMJ, a Federação Portuguesa de Futebol e a Procuradoria-Geral da República, e ainda por sabotagem informática à SAD do Sporting e por extorsão, na forma tentada.

O criador do Football Leaks encontra-se em liberdade desde 07 de agosto, "devido à sua colaboração" com a Polícia Judiciária (PJ) e ao seu "sentido crítico", mas está, por questões de segurança, inserido no programa de proteção de testemunhas em local não revelado e sob proteção policial.

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