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Fogo com origem criminosa "tinha potencial verdadeiramente catastrófico"

Eduardo Cabrita fez um balanço do incêndio que deflagrou em Proença-a-Nova no domingo e que foi dado como dominado esta quarta-feira de manhã e revelou que há indícios de mão criminosa neste fogo.

Fogo com origem criminosa "tinha potencial verdadeiramente catastrófico"
Notícias ao Minuto

11:50 - 16/09/20 por Melissa Lopes

País Incêndios

Numa altura em que o incêndio que deflagrou em Proença-a-Nova já se encontra dominado, o ministro Eduardo Cabrita destacou que este fogo "tinha e tem um potencial elevadíssimo de risco", dadas as características da floresta, a orografia e as características meteorológicas que têm marcado este verão. 

Apesar de o incêndio ter sido tecnicamente dado como dominado, há ainda "muito trabalho pela frente", disse, resumindo que, no total, para este incêndio foram mobilizados cerca de 1.100 operacionais, duas dezenas de máquinas de rasto, entre os meios de combate, de vigilância e coordenação da operação. 

"Este incêndio teve condições de desenvolvimento extremamente violentas nas primeiras horas", afirmou em declarações aos jornalistas em Proença-a-Nova, acrescentando que isso se traduziu em "milhares de hectares, cerca de um terço da área ardida, nas primeiras 10 horas".

As condições deste fogo, que se estendeu a Oleiros, "teriam tido um potencial de crescimento verdadeiramente catastrófico", sendo que as primeiras projeções, feitas ainda no domingo, apontavam para um limite máximo de área abrangida de 50, 60 mil hectares". De acordo com o ministro, "ficámos muito longe disso".

Eduardo Cabrita destacou o facto de os operacionais terem conseguido impedir que as chamas chegassem ao rio Zêzere e que passassem para o município da Pampilhosa da Serra ou que evoluísse para leste para dentro do município de Castelo Branco contribuiu para que a área afetada pelo incêndio tivesse sido menor do que aquilo que inicialmente se projetou

No balanço feito aos jornalistas, o ministro informou que o número de feridos no combate a este incêndio se cifrou em "cerca de uma dezena" de operacionais, dos quais dois bombeiros ficaram feridos com gravidade. Um destes feridos já recebeu alta hospitalar, sendo que o que se mantém internado está livre de perigo, disse. 

O governante aproveitou para reiterar que "as alterações climáticas e as características da floresta são os elementos fundamentais em que devemos investir".

Afirmando que "é sempre possível analisar como melhorar as condições de combate e a articulação entre entidades e retirar daí lições", Eduardo Cabrita defendeu que os exemplos vindos da Austrália e da costa ocidental dos EUA "provam-nos que o cenário que temos caracteriza-se por conseguirmos, fruto da prevenção, reduzir significativamente o número de ocorrências". Em Portugal, destacou, este será o terceiro ano que o número de ocorrências é "cerca de 50% inferior à média dos últimos 10 anos".

Os dois maiores incêndios do ano registaram-se na região do pinhal interior. No total, indicou Eduardo Cabrita, o país registou 11 grandes incêndios, ou seja, fogos cuja área ardida é superior a mil hectares, o que significa "menos ocorrências, mas ocorrências com nível de risco e de dificuldade muito significativo".

O ministro destacou que é importante prosseguir o trabalho de transformação, de gestão florestal e de conclusão do cadastro, considerando esse "o grande desafio" que não é desenvolvido no verão, mas sobre o qual "convém falar agora para que não seja esquecido ao longo de todo o ano". 

Eduardo Cabrita deu ainda conta que o incêndio de Proença-a-Nova que há "indicadores preliminares" de que o incêndio em Proença-a-Nova possa ter começado por causa dolosa de natureza criminosa.  O ministro destacou, nesse sentido, que pelo menos um terço dos incêndios eram evitáveis porque resultam de práticas negligentes. 

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