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"Governo já devia ter declarado o estado de calamidade"

Marques Mendes, presença habitual no Jornal da Noite da SIC ao domingo, usou o espaço de comentário para falar sobre o regresso às aulas que acontece já esta semana, a candidatura de Ana Gomes à presidência da República e sobre o apoio de António Costa a Luís Filipe Vieira.

"Governo já devia ter declarado o estado de calamidade"
Notícias ao Minuto

23:59 - 13/09/20 por Notícias Ao Minuto

Política Marques Mendes

No seu habitual espaço de comentário no Jornal da Noite da SIC, Luís Marques Mendes comentou este domingo o regresso às aulas presenciais - que acontecerá ao longo desta semana - referindo que é importante e que é necessário "combater o pânico e o medo".

"Vamos ter várias situações difíceis, temos de confiar acima de tudo nos professores, evidentemente nos pais e nos diretores que, mais do que nunca, são os verdadeiros heróis nas escolas", disse. 

O regresso dos alunos às escolas, inclui também o regresso em pleno dos pais aos locais de trabalho, o que causa, "mais do que receio, preocupação". "A situação não está descontrolada em matéria de pandemia, mas está muito próximo disso. A situação é muito preocupante. Ainda hoje, quase 700 novos casos", destacou o comentador, "referindo que Portugal voltou a estar pior que a média da União Europeia" na última semana.

Questionado sobre se as medidas decretadas pelo Governo - que entram em vigor a partir do dia 15 de setembro -, são suficientes, Marques Mendes assumiu que, na sua opinião, não são. "Tenho apoiado quase sempre as decisões do Governo, mas neste caso diria que as medidas são insuficientes", contestou, enumerando três exemplos que sustentam a sua opinião.

"Primeiro, o Governo declarou o estado de contingência, eu acho que já devia ter declarado o estado de calamidade. Estamos com números que tínhamos no antigo estado de calamidade. Segundo exemplo, máscaras obrigatórias ou não obrigatórias na rua, devo dizer que acho que não havia nada a perder e tudo a ganhar em dizer 'as máscaras passam a ser obrigatórias na rua desde que haja ajuntamentos'.  Mais ainda, devia ser dado poder aos presidentes de câmara. Terceiro, acabamos de falar das escolas, não está previsto, a Direção-Geral de Saúde não teve isso previsto, mas acho que dava confiança aos pais, à sociedade, dizer que na abertura do ano letivo, oferece uma testagem geral para professores e funcionários", assinalou.

As presidenciais e as primeiras "três consequências" da candidatura de Ana Gomes

Outro dos temas comentados pelo antigo líder social-democrata foi o dos candidatos - já anunciados - às eleições presidenciais de 2021. Questionado sobre se a candidatura da socialista Ana Gomes deixa António Costa desconfortável, não hesitou em afirmar que "sim". 

"Acho que esta é a primeira consequência da candidatura de Ana Gomes, é que irrita António Costa. E porquê? Porque a relação política entre eles há muito tempo que é má. E depois, porque os maiores apoiantes de Ana Gomes são aqueles que dentro do PS não gostam ou são adversários de António Costa. Acho que o PS vai dar liberdade de voto", começou por dizer.

A segunda consequência, continuou, é à esquerda. "Há três candidatos à esquerda: Marisa Matias, Ana Gomes e João Ferreira. Acho que são três candidatos fortes, cada um à sua maneira. Mas acho que Marisa Matias pode ser a maior vítima, porque Ana Gomes penetra muito bem o eleitorado do Bloco". 

Por fim, a terceira consequência é para André Ventura, "de quem se falava da hipótese de ficar em segundo lugar e queria bipolarizar com Marcelo Rebelo de Sousa". Perante os candidatos atuais, Marques Mendes considera que esta estratégia agora pode perigar um pouco, "porque à esquerda vai haver uma grande força, para concentrar votos em Ana Gomes, para ela ficar à frente de André Ventura".

No fundo, "são três eleições dentro de uma: uma eleição para o Presidente da República, que só um pode ganhar, Marcelo, uma eleição para saber quem fica em terceiro lugar, e uma terceira para saber quem é que lidera à esquerda".

Apoio de Costa a Luís Filipe Vieira? "Acho que se vai arrepender mais rápido do que se pensa"

Sobre o facto de António Costa integrar a comissão de honra da recandidatura de Luís Filipe Vieira à presidência do Benfica, o antigo líder social-democrata considera que "cometeu um erro e que se vai arrepender mais rápido do que se pensa". 

"Se António Costa não fosse primeiro-ministro e apoiasse Vieira ou outro candidato não havia uma crítica ou censura. Agora, o problema é ter um cargo, porque nestas matérias a pessoa confunde-se com o cargo. Por isso é que acho que alguém que seja deputado, presidente da Câmara, ministro e sobretudo primeiro-ministro, não pode fazer uma coisa destas. É um erro de palmatória", continuou, referindo que há dois motivos para o secretário-geral do Partido Socialista ter feito isto. "Foi um misto de arrogância e impunidade. É caso para dizer que não havia necessidade", rematou.

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