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Ana Gomes elogia Marcelo mas país precisa de "um Presidente diferente"

A ex-eurodeputada socialista Ana Gomes elogiou esta quinta-feira a "coabitação" entre o chefe de Estado e os governos PS desde 2016, mas defendeu que Portugal precisa agora de um Presidente da República diferente, sem medo contra interesses instalados.

Ana Gomes elogia Marcelo mas país precisa de "um Presidente diferente"
Notícias ao Minuto

17:35 - 10/09/20 por Lusa

Política Ana Gomes

Estas posições foram assumidas pela diplomata na sessão em que anunciou a sua entrada na corrida às eleições presidenciais de 2021, que decorreu na Casa da Imprensa, em Lisboa, com a presença apenas de jornalistas.

"Candidato-me porque acredito que Portugal precisa de uma Presidência da República diferente, de uma Presidente que dê garantias de independência, que sirva o interesse nacional e não tenha medo, nem peias, de ir contra interesses instalados", declarou Ana Gomes.

Segundo a ex-eurodeputada do PS, Portugal precisa de "uma Presidente livre, uma Presidente livre de compadrios e de comprometimentos, que se empenhe para que as instituições da República funcionem com meios adequados e com mais eficácia, transparência, integridade e mais solidariamente".

Portugal precisa "de uma Presidente que, respeitando os limites da Constituição, zele pelos direitos dos cidadãos e estimule a sociedade civil a escrutinar, a pedir contas a quem governa e decide. Portugal precisa de uma Presidente que colabore com os governos, sejam de que partido forem - sem se deixar condicionar ou ser refém de agendas partidárias", completou.

Interrogada sobre a forma como o atual chefe de Estado, cuja sua base eleitoral partiu da direita política, se entendeu com os executivos minoritários socialistas, que têm sido suportados no parlamento pelo Bloco de Esquerda e PCP, Ana Gomes elogiou neste aspeto a atuação de Marcelo Rebelo de Sousa.

"Considero que foi muito importante a articulação entre os governos de António Costa e o Presidente da República. Faço um balanço positivo do mandato do Presidente Marcelo Rebelo de Sousa, desde logo pela descrispação que conseguiu introduzir numa sociedade que estava muito crispada. Muito crispada até por aspetos que tinham a ver com a personalidade do anterior Presidente da República", Aníbal Cavaco Silva, respondeu.

Ana Gomes lembrou em seguida que, na sequência das últimas eleições legislativas, lamentou não ter havido capacidade para negociar uma coligação entre as forças de esquerda "que proporcionasse estabilidade à governação e propiciasse as reformas de fundo que o país precisa".

"Felizmente, vejo que houve uma evolução, porque isso está a ser discutido. Sem dúvida que, neste quadro, o papel do Presidente da República será muito importante. Cada pessoa é diferente. Eu sou diferente de outros candidatos e relativamente ao tipo de contribuição que posso ter nesse processo" de diálogo à esquerda, salientou.

Mas a diplomata foi ainda mais longe: "Posso ter um papel nessa articulação sem me tornar refém de qualquer estratégia partidária, seja de quem está no Governo ou na oposição".

Ana Gomes afirmou que não se candidata contra ninguém, mas "pela liberdade e pela democracia".

Sobre a repetição da candidatura da eurodeputada do Bloco de Esquerda, a diploma elogiou Marisa Matias, frisando mesmo que é sua amiga, razão pela qual disse ter "a certeza" que ambas farão uma campanha presidencial "com elevação e norteadas por ideias e projetos, que, em muitos aspetos, são convergentes".

Em contraponto a estas palavras sobre Marisa Matias, nesta conferência de imprensa, a ex-eurodeputada socialista nunca tocou no nome do líder do Chega e candidato presidencial André Ventura.

Mas deixou o seguinte aviso: "Não podemos continuar a deixar empurrar os cidadãos para as margens, enredados na conversa de falsos profetas ou na letargia da abstenção".

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