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"Quero ser absolvido", confessa Rui Pinto a poucos dias do julgamento

O pirata informático deu a primeira entrevista, à Der Spiegel, desde que saiu em liberdade e foi colocado num programa de proteção de testemunhas até ao julgamento.

"Quero ser absolvido", confessa Rui Pinto a poucos dias do julgamento
Notícias ao Minuto

17:02 - 28/08/20 por Notícias ao Minuto

País Rui Pinto

A poucos dias do início do seu julgamento, Rui Pinto deu a primeira entrevista desde que foi colocado num programa de proteção de testemunhadas. Numa conversa com a revista alemã Der Spiegel, que durou horas e envolveu medidas de segurança apertadas, o pirata informático defendeu que quer "resolver esta situação jurídica. Quero ser absolvido", confessou.

Num longa reportagem partilhada, esta sexta-feira, a revista alemã detalha os procedimentos que tiveram de ser seguidos para entrevistar Rui Pinto. A equipa da Der Spiegel encontrou-o de boné de basebol, óculos escuros e uma máscara, acompanhado por dois polícias.

Apesar de ter cedido a entrevista, o jovem de 31 anos esclareceu que não poderia responder a todas as questões, já que "o tribunal é o lugar certo para explicar" a sua "posição".

Depois do assédio e "tortura psicológica" que alega ter vivido na prisão de Budapeste, Rui Pinto foi extraditado para Portugal, onde esteve preso preventivamente durante mais de meio ano. O hacker orgulha-se de ter conseguido ultrapassar essa fase, confessando que, assim que foi libertado, teve "problemas de concentração”.

Defendendo que não se vê como um hacker, mas como um denunciante, Rui Pinto confessa que só se arrepende de ter contactado Nélio Lucas, o CEO da Doyen Sports. Terá sido uma denúncia apresentada pela empresa que o levou a julgamento. "Era ingénuo naquela época", assume.

O português terá exigido à empresa uma verba "entre 500 mil euros e um milhão" em troca da não publicação de documentos que descobriu. Mas, segundo alega, só pretendia perceber até onde Nélio Lucas e a Doyen iriam para evitar a publicação de documentos comprometedores.

Já em relação ao caso Luanda Leaks, para Rui Pinto "é revoltante que Portugal se tenha tornado a lavandaria das elites angolanas".

Já sobre o acordo com as autoridades portuguesas, Rui Pinto defende que sempre quis cooperar, mas com a condição de que os documentos que constavam nos discos rígidos não fossem usados contra ele. O Ministério Público, conta a revista, não concordou com a estratégia durante muito tempo, mas acabou por ceder.

Sem a colaboração de Rui Pinto, as autoridades não conseguiam aceder aos discos, que tinham senhas com mais de 40 caracteres e cada unidade foi criptografada individualmente.

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