"Neste momento, estão 15 incêndios ativos que nos preocupam mais e que mobilizam mais de 1.700 operacionais, apoiados por 546 meios terrestres e 16 meios aéreos de ataque ampliado". As explicações foram dadas, esta quinta-feira ao final da tarde, pelo Segundo Comandante Nacional André Fernandes, numa conferência de imprensa na sede da Autoridade Nacional de Emergência de Proteção Civil (ANEPC)

Até ao momento, "já se registaram 113 ocorrências que mobilizaram um total de 4.600 operacionais", destacou o responsável, apelando ao sentido cívico dos portugueses na "tolerância zero ao uso do fogo".

André Fernandes deu conta de que "46 dos 113 incêndios se registaram entre a meia-noite e o meio-dia, e 67 do meio-dia até por volta das 17 horas", o que significa um grande número de ocorrências especialmente no período noturno e no período de maior calor". 

Os incêndios que mais preocupam as autoridades são os de Mirandela e Torre de Moncorvo, no distrito de Bragança, Sernancelhe, no distrito de Viseu, Alijó, no distrito de Vila Real, Sabugal, na Guarda, Fundão, em Castelo Branco, e Porto de Mós "que lavra desde as duas da manhã e que, neste momento, está quase a entrar na fase de dominado", explicou o Segundo Comandante. Também em Mirandela "já estão quase a estar dominados". 

Quanto a ignições por distrito, acrescentou, houve "23 no distrito do Porto, 13 em Viana do Castelo, 12 em Braga, 12 em Aveiro e nove em Vila Real", dando uma "palavra de apreço" aos meios empenhados no combate às chamas.

André Fernandes frisou que, neste momento, "não há notícia de habitações em perigo ou aldeias em perigo" mas, durante a tarde, houve "a necessidade de fazer algumas defesas perimétricas de habitações", sendo que não foram realizadas evacuações. 

As alterações das condições atmosféricas que a noite trará - "é esperada uma redução da velocidade do vento e um aumento da humidade do ar" - deverão ajudar à extinção das chamas.

"Esperamos que durante a noite consigamos dominar estes 15 incêndiosQuanto a vítimas, o responsável disse ter informação de "um ferido grave, civil, queimado no incêndio de Alijó" e houve o caso de um "trabalhador da EDP que esteve desaparecido durante algum tempo, mas apareceu sem qualquer tipo de ferimentos". 

Há ainda "quatro feridos leves" entre agentes da Proteção Civil e seis assistidos nos teatros de operações. 

Questionado, André Fernandes destacou ainda que "hoje foi um dos dias mais complicados do ano" em matéria de incêndios, "devido à simultaneidade e ao número de ignições que deflagraram ao longo do dia", sendo que amanhã, "seguramente, vai ser um dia também complicado". 

O Segundo Comandante pediu ainda aos portugueses que não se dirijam aos locais dos incêndios: "Apelamos para que não o façam porque vão-se por em risco e vão desviar a nossa atenção daquilo que é o combate ao incêndio para tomarmos em atenção ao que estão a fazer e protegê-las". 

De lembrar que o Governo decidiu, esta quarta-feira, e tendo em conta "as previsões meteorológicas para os próximos dias", colocar todo o território do Continente em nova Situação de Alerta até às 23h59 horas do dia 7 de agosto, sexta-feira.

Esta nova Situação de Alerta, que sucede a outra que terminou às 23h59 de 4 de agosto, "surge na sequência da ativação do Estado de Alerta Especial de Nível Vermelho para os distritos de Bragança, Guarda, Vila Real, Beja, Castelo Branco, Faro e Viseu".

Os distritos de Aveiro, Braga, Coimbra, Évora, Leiria, Portalegre, Porto, Santarém e Viana do Castelo "estarão em Estado de Alerta Especial de Nível Laranja", e os distritos de Lisboa e Setúbal "vão estar em Alerta Especial de Nível Amarelo", especifica o comunicado.

[Última atualização às 19h57]

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