Dois homens ficaram três horas com água pelo pescoço

Um funcionário do Clube Naval da Ericeira, Mafra, e o gerente do respetivo café foram atingidos por uma onda e ficaram três horas com água pelo pescoço quando desligavam a instalação elétrica e tentavam retirar bens das instalações.

© Reuters

Lusa
07/01/2014 19:03 ‧ 07/01/2014 por Lusa

País

Ericeira

"Iam sendo levados. Não houve danos pessoais por sorte", relatou hoje à agência Lusa o presidente do Clube Naval da Ericeira, José Simões, referindo-se a este incidente ocorrido na segunda-feira entre as 18:00 e as 21:00.

Na esperança de minimizarem eventuais prejuízos que o mar pudesse fazer, os dois, habituados ao mar, deslocaram-se às instalações do clube naval para desligar a instalação elétrica das instalações, a seu pedido, e retirar alguns bens para não serem destruídos pela força das ondas.

Já antes alertados pela escassa distância a que o mar se encontrava, tiveram de abandonar primeiro o restaurante, o primeiro a ser inundado pelo mar, e refugiar-se em instalações anexas que servem de apoio aos pescadores desportivos.

Sem esperar, "foram atingidos por uma onda e ficaram com água pelo pescoço durante três horas", à espera da baixa-mar para puderem sair.

Um deles sofreu ainda traumatismos numa perna, ao ser projetado e ficar preso dentro das instalações, e teve de receber assistência hospitalar.

Apesar das lágrimas dos olhos com que ficou hoje de manhã ao ver a destruição quase completa do Clube Naval, onde se fez associado há 27 anos, José Simões, respira de alívio por a tragédia não ter sido pior.

Na sede, o mar danificou uma zona de convívio, onde os pescadores confecionavam os petiscos da pesca, deixou uma casa de banho com "meio metro de areia" e destruiu "por completo" a oficina de reparação das embarcações, levando ferramentas e máquinas.

"O mar entrou pela porta norte e destruiu tudo", contou.

Os prejuízos ainda estão por calcular, mas são estimados em "milhares de euros", estendem-se ao restaurante, igualmente propriedade do clube e onde o mar estragou vidros das janelas, a esplanada interior, mobiliário, arcas frigoríficas e o próprio ‘stock' de bebidas e de géneros alimentares.

Apesar de estar aberto o ano inteiro, estava encerrado há alguns dias por precaução, a pedido das autoridades.

Ainda na Ericeira, o bar da praia do Algodio, um restaurante e uma esplanada de um bar da praia Sul sofreram também danos significativos.

Apesar dos estragos, os seus proprietários ainda não conseguiram concluir as limpezas para voltarem a abrir, devido ao estado do mar.

Cerca de dez embarcações de pesca e recreio ficaram com danos, que estão ainda por calcular, deixando prejuízos estimados em milhares de euros à comunidade piscatória, segundo alguns pescadores contactados pela Lusa.

No hotel Vila Galé, o mar entrou na zona de lazer, sobretudo na piscina, obrigando a unidade a restringir o acesso dos hóspedes.

A Proteção Civil Municipal mantém interdito o acesso às praias da Calada, São Lourenço, Algodio, Sul, Pescadores e de São Julião, para evitar que as pessoas se aproximem da orla costeira, bem como uma rua junto ao mar, na vila da Ericeira.

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