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Lisboa aprova por unanimidade votos de pesar pela morte de Bruno Candé

A Câmara de Lisboa aprovou hoje por unanimidade dois votos de pesar pela morte do ator Bruno Candé, com o texto subscrito pelo BE a condenar o "crime com motivações racistas" ocorrido no sábado.

Lisboa aprova por unanimidade votos de pesar pela morte de Bruno Candé
Notícias ao Minuto

20:48 - 29/07/20 por Lusa

País Bruno Candé

No voto apresentado pelo vereador do BE com o pelouro dos Direitos Sociais e Educação, Manuel Grilo, é manifestado pesar pelo "falecimento de Bruno Candé Marques, vítima de crime com motivações racistas", endereçando à família e amigos "sentidas condolências".

No voto subscrito pelo PCP não é feita referência às motivações do crime, mas é salientado que "independentemente das circunstâncias em que tenha ocorrido o assassinato, a Câmara Municipal de Lisboa condena firmemente toda e qualquer manifestação de racismo".

"A Câmara de Lisboa [...] presta a sua homenagem ao ator Bruno Candé Marques, manifestando o mais vivo repúdio pelo seu assassinato", lê-se no voto apresentado pelos vereadores comunistas.

No texto do BE é recordado que, no sábado, o ator Bruno Candé, de 39 anos, "foi assassinado com quatro tiros à queima roupa em Moscavide".

"O assassinato de Bruno Candé Marques choca-nos profundamente e obriga-nos a todos, enquanto sociedade, a refletir. Continuar a olhar para o lado e fingir que o racismo não existe é ingénuo e torna-se perigoso, como ficou comprovado no passado dia 25 de julho, em plena Avenida de Moscavide", é referido no voto do vereador bloquista.

Bruno Candé, de 39 anos, foi baleado, no sábado, por outro homem, de 76 anos, em Moscavide, no concelho de Loures, distrito de Lisboa.

Em comunicado divulgado no mesmo dia, a família disse que o ator "foi alvejado à queima-roupa" e que o suspeito da morte de Bruno Candé já o tinha "ameaçado de morte três dias antes, proferindo vários insultos racistas".

O ator era casado e tinha três filhos menores.

O suspeito do homicídio, que se remeteu ao silêncio quando foi ouvido na manhã de segunda-feira, no Tribunal de Loures, vai aguardar julgamento em prisão preventiva, adiantou à agência Lusa fonte judicial.

Bruno Candé iniciou o seu percurso no grupo de teatro da Casa Pia, ainda na adolescência, tendo posteriormente frequentado o curso de formação teatral do Chapitô, onde chegou em 1995 e participou em vários espetáculos, dirigidos pelo encenador Bruno Schiappa.

Trabalhava desde 2011 com a Casa Conveniente, de Mónica Calle, onde participou no espetáculo "A Missão - Recordações de uma Revolução", de Heiner Müller, distinguido com o prémio de Melhor Espetáculo do Ano, em 2012, pela Sociedade Portuguesa de Autores.

Fez parte do elenco de espetáculos como "Macbeth", "O Livro de Job", "Rifar o Meu Coração", "A Sagração da Primavera", "Noites Brancas", dirigidos por Mónica Calle, "Drive In", de Mónica Garnel, e "Atlas", de João Borralho e Ana Galante.

Entrou no filme "Ivone Kane", de Margarida Cardoso. Fez também parte do elenco de telenovelas como "Única Mulher", da TVI.

O ator preparava o novo projeto da Casa Conveniente, "O Escuro Que Te Ilumina", espetáculo que tem por base a história da sua vida e a sua recuperação, após um acidente sofrido em 2017. Segundo a companhia, o projeto será posto em cena, "com uma nova força", em 2021.

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