Mário Coelho, considerado "figura incontornável da tauromaquia mundial", morreu hoje aos 84 anos, no hospital de Vila Franca de Xira, onde estava internado.
"No dia em que se celebraria a corrida de toiros do Colete Encarnado, a cultura e tauromaquia portuguesas perdem o matador de toiros vila-franquense Mário Coelho, que não resistiu a uma infeção de covid-19", indica a ProToiro na nota de pesar pela morte do toureiro, enviada à agência Lusa.
Segundo a ProToiro, Mário Coelho "deixa um legado de arte, classe e coragem que espalhou pelas praças de todo o mundo e atravessou gerações, numa carreira internacional que passou pelas principais praças de Portugal e do mundo: Espanha, França, México, Venezuela, Peru, Colômbia, Equador, mas também Marrocos, Canadá, Estados Unidos da América, Angola e Moçambique".
"O menino pobre de Vila Franca de Xira cruzou a sua vida com a de grandes personalidades de outras artes, tendo privado com Hemingway, Orson Welles, Ava Gardner, Audrey Hepburn ou Picasso, que lhe desenhou o motivo de um traje de luzes", adianta a Federação Portuguesa de Tauromaquia.
O presidente da ProToiro, João Santos Andrade, referiu que Mário Coelho era "um homem marcado por uma visão apaixonada da tauromaquia e do toureio, com uma carreira internacional destacada, que levou o nome de Portugal aos quatro cantos do mundo", frisando ainda que "a sua longa carreira deixa um exemplo superior na cultura portuguesa e nas artes tauromáquicas".
Segundo a federação de tauromaquia, Mário Coelho, "alvo de reconhecimento da sua carreira pelo Estado Português", recebeu a 20 de setembro de 1990, do secretário de Estado da Cultura, a Medalha de Mérito Cultural e a 23 de junho de 2005, foi agraciado pelo Presidente da República Jorge Sampaio com a condecoração de Comendador da Ordem do Mérito.
A ProToiro lamenta "com dor e pesar" o desaparecimento de Mário Coelho, mas "tem a certeza" de que o seu nome e o seu testemunho, como "marcos assinaláveis na cultura portuguesa, serão seguidos por muitos e durante muitos anos".