A Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR) divulgou, esta terça-feira, o relatório de Sinistralidade e Fiscalização Rodoviária relativo aos primeiros cinco meses de 2020.

De acordo com o documento, nos primeiros cinco meses de 2020, registaram-se 9.297 acidentes com vítimas em Portugal Continental, dos quais resultaram 131 óbitos ocorridos no local do acidente ou durante o transporte até à unidade de saúde, 618 feridos graves e 10.826 feridos leves.

Os resultados obtidos revelam uma melhoria nos principais indicadores de sinistralidade, comparativamente com o período homólogo. Houve menos 4.531 acidentes com vítimas (-32,8%), menos 63 vítimas mortais (-32,5%), menos 226 feridos graves (-26,8%) e menos 5.824 feridos leves (-35,0%) que nos primeiros meses de 2019.

Quanto às razões para a redução da sinistralidade, a ANSR aponta como principal causa a diminuição no tráfego resultante da declaração de Estado de Emergência, que se iniciou no dia 19 de março, o qual impôs fortes medidas de confinamento.

A quarentena imposta em Portugal, devido à pandemia da Covid-19, veio acentuar a tendência de redução na sinistralidade já verificada no período compreendido entre 1 de janeiro e 18 de março, onde se registaram menos 438 acidentes com vítimas (-6,4%), menos 22 vítimas mortais (-22%), menos 42 feridos graves  (-9,8%) e menos 550 feridos leves (-6,7%) relativamente ao período homólogo de 2019.

Relativamente ao período em que vigorou o Estado de Emergência, de acordo com o relatório da ANSR, nos primeiros cinco meses de 2020 (19 de março a 2 de maio) caracterizou-se por um acentuado decréscimo em todos os indicadores de sinistralidade: -63,8% de acidentes com vítimas, -48,7% de vítimas mortais, assim como - 57,0% de feridos graves e -67,9% de feridos leves.

A ANSR revela ainda que "a colisão foi a natureza de acidente mais frequente (50,9% dos acidentes com vítimas, 46,3% dos feridos graves e 55,8% dos feridos leves), apesar do maior número de vítimas mortais ter resultado de despistes (44,3%)". Quanto ao tipo de via, a maioria dos acidentes com vítimas, bem como das vítimas, ocorreram em arruamentos: 64,7% dos acidentes, 41,2% das vítimas mortais, 45,8% dos feridos graves e 62,6% dos feridos leves. 

No que respeita à categoria de utente, 61,8% do total de vítimas mortais eram condutores, 21,4% peões e 16,8% passageiros. No caso dos feridos graves, a proporção de condutores e passageiros foi superior (65,9% e 18,6%, respetivamente) enquanto a de peões foi inferior (15,5% dos feridos graves).

Em relação à categoria de veículo interveniente nos acidentes, os automóveis ligeiros apresentaram o maior número de veículos (75,9%).

No âmbito da fiscalização, foram fiscalizados cerca de 46,5 milhões de veículos, um aumento de 31,2% em comparação com igual período de 2019. Nestas ações foram detetadas mais de 530 mil infrações, o que representou uma redução de 3,0% face ao ano anterior. Relativamente à tipologia de infrações, 64,5% do total registado nestes 5 meses foi referente a excesso de velocidade. Face ao período homólogo de 2019, verificou-se uma diminuição em todos os tipos de infração que, nalguns casos, foi superior a 40%, como aconteceu com a condução sob o efeito de álcool, uso de telemóvel e não utilização de cintos de segurança. 

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