Meteorologia

  • 01 ABRIL 2023
Tempo
13º
MIN 12º MÁX 21º

"Tal como os restantes países, estamos (ainda) muito vulneráveis"

Antigo ministro da Saúde admite que "estamos a travar uma difícil batalha em busca de um equilíbrio que parece impossível de atingir": "De um lado, a proteção da saúde pública, do outro a salvação da economia evitando a devastação provocada pela pobreza"

"Tal como os restantes países, estamos (ainda) muito vulneráveis"

Adalberto Campos Fernandes considera que Portugal, tal como os restantes países, ainda está muito vulnerável na luta contra a Covid-19, reconhecendo que o país está a travar uma batalha em busca de um equilíbrio entre o desconfinamento necessário e a saúde pública. No entanto, lembra, os portugueses de março (tão elogiados pelo comportamento cívico na fase anterior) são os mesmos de julho

"Nos últimos 4 meses, desde o início da pandemia, registaram-se alterações muito significativas no contexto e nas circunstâncias da nossa vida coletiva  (...) Em março fomos expostos à infeção por um vírus mal conhecido para o qual não tínhamos (nem temos) vacina ou tratamento eficaz", observa o especialista em saúde pública numa publicação feita na sua página de Facebook

Nessa altura, sublinha, "agimos com rapidez e eficácia", protegendo o Serviço Nacional de Saúde através de "um comportamento, individual e coletivo, muito responsável que mereceu o elogio e o reconhecimento internacional". 

Daquilo que o ex-ministro da Saúde observa, passados quatro meses "as diferenças são visíveis". "Adotámos comportamentos distintos e integrámos no nosso quotidiano formas diferentes de relação social, no ensino, no trabalho e, de uma forma geral, nos diferentes aspetos da nossa vida coletiva. Somos as mesmas pessoas, com o mesmo perfil de cidadania e idênticas características de povo solidário e responsável", realça. 

No momento presente, "a luta contra esta ameaça já não é feita sob a penumbra do desconhecimento". Ou seja, "desde março, aprendemos muito sobre o vírus, nomeadamente, sobre as melhores formas dele, nos defendermos". 

Todavia, e "tal como os restantes países, estamos (ainda) muito vulneráveis". E "assim será até ao momento em que a imunidade de grupo se estabeleça ou surja a tão almejada vacina, ou a inovadora terapêutica curativa", lembra Aldalberto Campos Fernandes, salientando que é sabido que os processos de desconfinamento "acarretam, em todo o mundo, riscos para a saúde pública".

"Sabemos também que estamos a travar uma difícil batalha em busca de um equilíbrio que parece impossível de atingir. De um lado a proteção da saúde pública, do outro a salvação da economia evitando a devastação provocada pela pobreza com as inexoráveis consequências sobre a saúde", constata. 

O ex-ministro salienta que, neste contexto, se afigura "muito exigente" o equilíbrio entre "a ponderação e o alarme, entre o rigor e a especulação, entre a serenidade e o alarmismo". O balanço certo, defende, "estará na capacidade de encontrar um equilíbrio entre as medidas restritivas da liberdade e de proteção da saúde pública com o apoio à retoma da vida social e económica". No seu entender, "estamos a tempo de o fazer" e "temos condições" para tal. Mas, "para isso todos teremos de fazer a nossa parte".

Adalberto é apologista de uma comunicação oficial "objetiva" e "baseada na factualidade", devendo evitar-se "a banalização pelo excesso e pela desnecessária repetição". "A informação dispersa pouco útil, mal fundamentada favorece a sua desvalorização. A adoção de comportamentos, individualmente responsáveis, em nada ganha com o excesso de ruído", aponta, defendendo que o tempo presente "é o tempo da ação, da coordenação e da colaboração entre entidades". 

O sucesso desta nova fase, assevera o ex-governante, "está ligado a uma aliança forte que tem de ser estabelecida entre a saúde pública e os cidadãos e na qual as autarquias têm um papel decisivo". 

Por fim, uma nota para os "que persistem em desrespeitar o esforço da maioria e o empenho dos profissionais de saúde". A estes "deverá ser a aplicada a lei de forma justa e criteriosa", defende Adalberto Campos Fernandes, frisando que "o país tem de prosseguir um caminho de progressivo desconfinamento com rigor, transparência e sentido de pedagogia"

"Os portugueses de março são exatamente os mesmos portugueses de julho. A confiança de então não se pode transformar no descrédito agora. Está ao nosso alcance controlar a difícil situação e defender o país", remata. 

Nas últimas 24 horas, Portugal registou mais duas vítimas mortais devido à Covid-19, o que traduz uma taxa de variação de 1,13%. No total, já morreram 1.530 pessoas devido ao novo coronavírus por cá. Quanto ao número de infetados, há 39.133 desde o início da pandemia, sendo que 292 foram reportados no último dia (taxa de variação de 0,75%). 

Recomendados para si

Seja sempre o primeiro a saber.
Sétimo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online.
Descarregue a nossa App gratuita.

Apple Store Download

;
Campo obrigatório