Hazel Behan, uma irlandesa sequestrada e violada no Algarve, em 2004, acredita ter sido atacada pelo principal suspeito do desaparecimento de Maddie, Christian Brueckner, que morou vários anos em Portugal.

Numa entrevista ao The Guardian, a jovem irlandesa começou por revelar que quando foi violada morava na Praia da Rocha, a menos de 30 minutos de carro da Praia da Luz, onde Madeleine McCann desapareceu três anos depois.

Hazel já se tinha deitado, quando, pela 1h da manhã, ouviu alguém chamar pelo seu nome. Quando se virou, viu um homem de máscara, envergando uma faca com cerca de 12 centímetros.

A partir daí, a irlandesa viveu um verdadeiro pesadelo. Antes de a violar, o homem colocou uma câmara de vídeo a gravar na sala e arrastou-a até lá.

De seguida, amarrou-a a um balcão, tirou de um saco chicotes, correntes e uma tesoura com a qual cortou as suas roupas, antes de a amordaçar e violar.

Hazel conta ao jornal que foi violada, repetidamente, durante cinco horas, perante a ameaça de um “facalhão”.

“Estava convencida que ele me ia matar. Depois de me violar inclinou-me sobre um banco e colocou um lençol sobre a minha cabeça. Pensei que tinha chegado o momento, que a minha vida tinha acabado, mas ele calçou os sapatos e fugiu”, recordou.

Quando se conseguiu soltar, a vítima ligou às autoridades e dirigiu-se a um hospital. Contudo, a investigação não trouxe os resultados esperados e o violador de Hazel nunca foi apanhado.

Agora, 16 anos depois e após as autoridades alemãs terem anunciado que tinham “sérias evidências” de que Christian Brueckner, condenado a sete anos de prisão por ter violado uma turista norte-americana no Algarve, em 2005, era o responsável pelo desaparecimento de Maddie, a irlandesa finalmente viu uma luz ao fundo do túnel e acredita que é também ele o alemão que a violou.

Na mesma entrevista, Hazel revelou que o violador falava inglês com sotaque alemão, tinha cerca de 1.80, usava máscara a cobrir todo o rosto, mas que mesmo assim conseguiu ver os seus “penetrantes olhos azuis” através da escuridão. Além disso, o atacante tinha uma marca na parte superior da perna direita, “que podia ser de nascença ou tatuagem”, o que corresponde com a descrição de Christian Brueckner, divulgada pelas autoridades alemãs.

Além disso, o relato da violação da idosa norte-americana, de 72 anos, pela qual o alemão está preso, tem muitas semelhanças com o seu caso.

“Fiquei impressionada quando li que ele tinha atacado uma mulher em 2005. Tanto pelas táticas, como pelos métodos que ele usou, os objetos que trouxe com ele, como ele planeou. Até vomitei ao ler isso, para ser sincera. O relato do crime fez-me reviver a minha experiência”, confessou.

Hazel, que é agora casada e tem dois filhos, já contou as suspeitas às autoridades britânicas, que lhe garantiram uma investigação ao caso, em colaboração com a polícia portuguesa.

Recorde-se que Christian B cumpre sete anos de prisão efetiva por ter ficado provado que violou uma turista idosa norte-americana, em 2005, no Algarve. Na passada semana, as autoridades alemãs revelaram ter “sérias evidências” que o alemão é também o responsável pelo desaparecimento de Maddie, em 2007, na Praia da Luz. Contudo, não têm provas suficientes, pelo menos por agora, para o acusar deste crime.

Entretanto já estão a decorrer várias investigações para apurar os factos.

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