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Vários feridos em confrontos em despejo em Arroios. Três são polícias

Várias pessoas ficaram feridas, incluindo três agentes da PSP, na sequência de uma tentativa de entrada no centro de apoio a carenciados, em Arroios, Lisboa, que foi alvo de um despejo durante a madrugada de hoje.

Vários feridos em confrontos em despejo em Arroios. Três são polícias
Notícias ao Minuto

21:23 - 08/06/20 por Lusa

País Despejo

A informação foi confirmada à agência Lusa por Bernardo Alvares, um dos voluntários do Seara - Centro de Apoio Mútuo de Santa Bárbara, que explicou que algumas pessoas "que pertenciam ao coletivo que estava a gerir o espaço" tentaram entrar no edifício, mas que o fizeram "de forma pacífica".

O voluntário acrescentou que viu duas pessoas ficarem feridas por causa de "uma investida" da polícia quando estavam a tentar entrar no edifício. Essas duas pessoas, segundo Bernardo Alvares, "seguiram numa ambulância" para uma unidade de saúde.

As pessoas começaram, entretanto, a sair do centro de apoio a carenciados e "estão a ser identificadas" pela PSP, acrescentou o voluntário.

Questionado sobre quanto tempo é que estas pessoas pretendem continuar a manifestar-se contra o despejo que decorreu na madrugada de hoje, Bernardo Alvares referiu que se gerou "uma manifestação espontânea" e, por isso, vão continuar no local.

Três agentes feridos em confrontos

Contactada pela Lusa, o porta-voz do Comando Metropolitano de Lisboa (Cometlis) da PSP, comissário Artur Serafim, referiu que três agentes ficaram feridos, assim como, pelo menos, duas pessoas, mas foram todos "assistidos no local".

A polícia explicou que algumas pessoas "descobriram uma entrada lateral" do edifício e "forçaram a entrada" para abrir as portas às restantes pessoas que aguardavam no exterior.

O voluntário contactado pela Lusa disse, no entanto, que tal não aconteceu.

Os feridos, explicou a PSP, resultaram da tentativa de entrada no edifício e da ação da polícia para o impedir.

Os elementos destacados vão continuar "a aguardar no local", porque este "vai ser um jogo de paciência", considerou o porta-voz do Cometlis.

Três pessoas vão permanecer no centro de apoio a carenciados, em Arroios, Lisboa, que foi alvo de um despejo durante a madrugada de hoje, depois de terem chegado a um entendimento com os proprietários do edifício, indicou a PSP.

De acordo com fonte da PSP, as três pessoas vão poder continuar no Seara - Centro de Apoio Mútuo de Santa Bárbara, após um acordo, sendo que o acesso ao edifício ficará "vedado a outros".

Entretanto, a PSP não soube precisar por quanto mais tempo as pessoas irão ficar naquele lugar, adiantando que a Proteção Civil disse que podiam "pernoitar lá esta noite".

Com cerca de 12 elementos no local, a PSP acrescentou que os advogados dos proprietários e dos "ocupantes" estiveram dentro edifício, bem como cerca de uma dezena de seguranças.

Cerca de uma dezena de seguranças privados entraram às 05h00 de hoje naquele centro de apoio a carenciados, para tentar despejar as pessoas que ali se encontravam, porque o espaço foi ocupado ilegalmente.

Os responsáveis pelo centro chamaram a PSP, que se dirigiu ao local e montou cordão policial.

"Está um perímetro de segurança [da PSP] à porta", referiu à Lusa o voluntário no centro, Bernardo Alvarez, adiantando que os proprietários estão a "cortar a água e a luz".

No local, a Lusa constatou que há pertences de pessoas no passeio e que o ambiente está calmo.

O Seara -- Centro de Apoio Mútuo de Santa Bárbara, em Arroios, foi criado por um grupo de pessoas que ocupou um antigo infantário abandonado e o transformou num centro de apoio de ajuda a pessoas carenciadas, incluindo sem-abrigo.

Quando ocuparam o espaço, os voluntários não sabiam quem eram os proprietários do imóvel, mas mais tarde descobriram que foi vendido a uma empresa de imobiliário e depois em parcelas a três pessoas que vivem no estrangeiro.

Os voluntários enviaram correios eletrónicos a várias entidades, entre as quais a Câmara Municipal de Lisboa e a PSP, a informar de que iriam ocupar o espaço e os motivos.

Hoje, pelas 05h00, foram alvo de um despejo.

A agência Lusa tentou contactar a empresa de segurança, mas ainda não foi possível obter um comentário.

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