Cadaval investe 249 mil euros no restauro da Real Fábrica do Gelo
A Câmara do Cadaval, no distrito de Lisboa, vai iniciar obras de conservação e restauro na Real Fábrica do Gelo e zona envolvente na serra do Montejunto, num investimento de 249 mil euros, disse hoje o seu presidente.
© Global Imagens
País Restauro
O município assinou esta semana o contrato de consignação da empreitada de "conservação, restauro e arquitetura paisagística da Real Fábrica do Gelo", devendo as obras começar "em breve".
A intervenção engloba investigação e trabalhos arqueológicos, conservação e restauro das estruturas, recuperação e requalificação paisagística da envolvente, produção e instalação do projeto museográfico, e divulgação e promoção turística e cultural.
"O intuito é o de tornar este espólio patrimonial condignamente visitável e mais percetível, em harmonia com o património natural que o circunda e, consequentemente, mais apelativo aos visitantes", referiu o autarca.
A empreitada é financiada a 85% por fundos comunitários e levou o município a estabelecer uma parceria com a Direção-Geral do Património Cultural (DGPC).
A Real Fábrica do Gelo está localizada no Parque de Merendas da Serra do Montejunto.
Datada do século XVIII, a antiga fábrica, que trabalhava na produção e recolha de gelo, abastecia a capital e a corte, onde foi introduzido o hábito de consumir gelados e bebidas frias, além de outros usos alimentares e medicinais.
No livro "A Fábrica de Neve da Serra de Montejunto", Deolinda Folgado, coordenadora científica da obra e especialista em património industrial da DGPC, conclui que a Real Fábrica do Gelo "é a única em Portugal" a fazer produção de gelo e não apenas recolha, como acontecia com outras congéneres europeias.
"É uma fábrica europeia do ponto de vista da base tecnológica", explicou.
A Real Fábrica do Gelo foi classificada em 1997 como Monumento Nacional, tendo sido sujeita a obras de requalificação um ano depois pela antiga Direção-Geral dos Edifícios e Monumentos.
O espaço possui tanques de retenção da água e congelação, bem como poços de armazenamento e área da expedição.
Em 2011, foi aí inaugurado pela câmara municipal o Centro de Interpretação da Real Fábrica do Gelo, com instalação de sinalética para ajudar à interpretação da importância da fábrica e atrair visitantes.
Na ocasião, em colaboração com o antigo Instituto de Gestão do Património Arquitetónico e Arqueológico, a autarquia efetuou obras de manutenção no espaço e avançou com um programa de salvaguarda e valorização, orçados em 260 mil euros, apoiados em 130 mil euros por fundos comunitários.
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