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Corte Inglés reformula projeto na Boavista

O El Corte Inglés afirmou hoje que vai apresentar uma reformulação do projeto para os terrenos da antiga estação ferroviária da Boavista, no Porto, esclarecendo que a intenção de indeferimento do pedido de informação prévia é um procedimento "normal".

Corte Inglés reformula projeto na Boavista
Notícias ao Minuto

22:36 - 02/06/20 por Lusa

País Corte Inglés

Em declarações à Lusa, a diretora de Comunicação e Relações Institucionais da cadeia espanhola, Susana Martins dos Santos, explicou que não houve um indeferimento do pedido de informação prévia (PIP), apenas a comunicação por parte da Câmara do Porto da intenção de indeferir o pedido caso o projeto não seja retificado.

"Trata-se de um procedimento normal no âmbito de um pedido de informação prévia [PIP]. O El Corte Inglés fará, dentro do prazo legal, a reformulação que tiver de fazer", sublinhou.

De acordo com aquela responsável, a posição do grupo não mudou, mantendo-se a intenção de fazer naquele local um investimento, "assim haja condições para tal", e contribuir, na medida do possível, para a qualificação do comércio.

O Movimento por um Jardim Ferroviário revelou hoje que "a proposta de decisão final apresentada pelos serviços da câmara foi desfavorável, tendo por base a auscultação de vários departamentos internos da CMP [Câmara Municipal do Porto] e de entidades externas, que se pronunciaram, na quase totalidade, negativamente".

Em comunicado, aquele movimento cívico avança que a decisão foi comunicada ao promotor do projeto no dia 05 de maio, tendo decorrido nos 10 dias subsequentes o período de audiência prévia.

"Tanto quanto pudemos apurar, o promotor não se pronunciou nesse período, pelo que temos assim a legítima expectativa de que seja brevemente comunicada a decisão de arquivamento do processo, indo desta forma a CMP ao encontro da vontade expressa por quase 5.000 subscritores da petição a favor de um jardim público no centro da Boavista e não mais um centro comercial, assim como do movimento cívico pela preservação do edifício histórico da estação de comboios da Boavista", assinalam na mesma nota.

A Lusa questionou a autarquia, presidida pelo independente Rui Moreira, sobre o ponto de situação do processo, mas até ao momento sem sucesso.

Em março, a câmara disse não haver "ainda decisão final".

Até ao momento, o El Corte Inglés pagou à Infraestruturas de Portugal, proprietária do terreno, 18,7 milhões de euros, tendo, em outubro de 2019, submetido um PIP para a construção de um grande armazém comercial, de um hotel e de um edifício de habitação comércio e serviços, revelou o jornal Público em novembro.

Em dezembro, o mesmo jornal avançava que o PIP entregue na câmara pelo El Corte Inglés foi "travado" pela Metro do Porto que, numa carta enviada ao município, recusou-se a dar parecer favorável, naquele momento, à pretensão enquanto não terminassem as negociações para a compatibilização dos projetos do grupo espanhol para o terreno da antiga Refer na rotunda da Boavista e o troço final da futura linha Rosa do metropolitano.

No início desse mesmo mês, o vereador do Urbanismo da Câmara do Porto, Pedro Baganha, revelou que no âmbito da apreciação do PIP tinha havido "uma primeira interação negativa" por não cumprimento das cérceas existentes.

O projeto da cadeia espanhola para a antiga estação ferroviária da Boavista tem sido alvo de contestação praticamente desde que foi anunciado, tendo levado, em setembro de 2019, à criação de uma petição que atualmente conta com cerca de 4.810 signatários.

Meses depois, um grupo de cerca de 60 personalidades ligadas à academia e ao património ferroviário pediu a classificação como imóvel de interesse público daquele local, defendendo a importância da preservação da antiga estação ferroviária, em risco se o projeto do El Corte Inglés para aquele local avançar.

Questionada pela Lusa, a Direção Regional de Cultura do Norte (DRCN) informou, no dia 13 de abril que o pedido se encontrava em tramitação, tendo sido despachado para a Direção-Geral do Património Cultural para decisão.

A Lusa questionou hoje a DGPC, mas até ao momento sem sucesso.

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