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Segunda fase de desconfinamento? "O medo não nos deve paralisar"

O secretário de Estado da Saúde, António Lacerda Sales, e a diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, falam novamente ao país sobre a evolução da incidência da Covid-19 em Portugal.

Segunda fase de desconfinamento? "O medo não nos deve paralisar"
Notícias ao Minuto

13:05 - 17/05/20 por Notícias ao Minuto

País Covid-19

A conferência de imprensa diária, deste domingo, de atualização de informação relativa à infeção pelo novo coronavírus, começou, como habitual, momentos após a Direção-Geral de Saúde (DGS) ter divulgado os dados do mais recente boletim epidemiológico. Nas últimas 24 horas, foram diagnosticados 226 novos casos e mais 15 mortes devido ao novo vírus

Como já é habitual, o secretário de Estado da Saúde começou por revelar que desde o dia 1 de março já foram realizados "636 mil testes de diagnóstico à Covid-19" no país. "O dia 14 de maio é agora o dia com mais testes, cerca de 17.750", detalhou Lacerda Sales. 

O governante sublinhou também que, neste momento, já não estamos numa fase em que apenas é realizada a despistagem à doença, mas também na qual são procuradas "respostas junto do vírus para que o possamos combater de uma forma cada vez mais eficaz". Para isso, o Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge já analisou, até à data, 436 sequências do novo coronavírus de amostras colhidas em 44 laboratórios.

"Este estudo é muito importante para identificar as cadeias de transmissão, avaliar a eficiência das medidas de contenção, determinar perfis mutacionais da Covid-19 e aferir a resistência de determinadas linhagens do vírus a certos fármacos. Este trabalho dos nossos investigadores dá-nos também muita esperança", sustentou.  

"O medo não nos deve paralisar, deve sim tornar-nos mais atentos"

Recordando que amanhã Portugal inicia a segunda fase de desconfinamento, o secretário-geral da Saúde destacou que "a responsabilidade dos portugueses é tão determinante hoje como tem sido até aqui". 

"O medo não nos deve paralisar, deve sim tornar-nos mais atentos e vigilantes naquilo que é a nossa missão coletiva. Zelar pela nossa saúde e por quem nos rodeia", afirmou. 

Questionado pelos jornalistas sobre uma notícia avançada hoje pelo jornal Público, que dava conta de que Portugal tinha comprado três milhões de máscaras não certificadas, Lacerda Sales clarificou que já foram pedidos esclarecimentos ao fornecedor sobre o caso, que as máscaras em causa não foram distribuídas e que o pagamento das mesmas não será efetuado "enquanto não houver um cabal esclarecimento da situação".

Novas orientações para grávidas nas próximas 48 horas

Ainda em direto para o país, Graça Freitas tomou a palavra e anunciou que vão sair duas novas orientações para grávidas nas próximas 24 a 48 horas, com o objetivo de melhorar o acompanhamento da gravidez e do recém-nascido durante a fase de pandemia.

“Há muitas nuances que foi preciso consensualizar entre obstetras e neonatologistas. Estamos nos afinamentos que têm a ver com o seguimento da criança, caso a criança tenha alta e mãe não. Ou seja, quem a deve seguir ou que tipos de testes deve realizar para que o seu acompanhamento seja o mais correto possível à luz do que se sabe hoje”, explicou a diretora-geral de Saúde.

Devemos estar "preparados para que este vírus se venha a tornar um vírus habitual nas nossas vidas"

Questionada sobre a hipótese do vírus vir a “desaparecer naturalmente” antes de haver vacina como apontado por antigo membro da Organização Mundial da Saúde, Graça Freitas disse que esta possibilidade trata-se apenas de "uma teoria".

"O que sabemos é que habitualmente quando um novo vírus entra em circulação costumamos dizer que é como se fosse inaugurando nova dinastia: Entra para ficar, torna-se vírus da natureza como todas as outras centenas e milhares de vírus que circulam entre seres humanos”, esclareceu a responsável, acrescentando que só se tem conhecimento de que um vírus tenha desaparecido, designadamente a varíola, que contou com uma administração mundial "maciça" de vacinação contra o vírus. 

Para a diretora-geral da Saúde devemos estar "preparados para que este vírus se venha a tornar um vírus habitual nas nossas vidas".

"Obviamente, se não sofrer mutações importantes, com o passar do tempo, exista vacina ou não, os seres humanos vão ganhando imunidade e o vírus torna-se menos agressivo e capaz de nos fazer mal e originar doença grave. Se tivermos vacina melhor, se não vamos ter de conviver com o vírus até haver imunidade natural”, denotou ainda. 

“Quem é testado faz apenas uma fotografia no momento”

Sobre terem sido realizados testes de despistagem à Covid-19 em creches e não nas escolas que vão reabrir portas esta segunda-feira, Graça Freitas explicou que os testes em larga escala nas creches foram priorizados pela vulnerabilidade e incapacidade das crianças "muito pequenas" em adotarem medidas preventivas, critério usado igualmente em lares e prisões. 

"Quero deixar aqui uma palavra de grande responsabilidade a quem foi testado. Quem é testado faz apenas uma fotografia do momento que diz se está negativo ou se está positivo. Ora, essa pessoa que vai iniciar uma atividade seja com crianças seja com pessoas em lares, tem uma responsabilidade acrescida de adotar medidas de proteção dos outros”, referiu. 

Recorde aqui a conferência de imprensa deste domingo:

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