Meteorologia

  • 23 ABRIL 2024
Tempo
16º
MIN 13º MÁX 24º

Pneumologista: Surtos esporádicos podem complicar combate aos fogos

O médico pneumologista António Ferreira disse hoje que a existência de surtos esporádicos de covid-19 entre os operacionais de combate a incêndios florestais "pode complicar as operações" e "degradar a capacidade" de resposta durante a temporada deste ano.

Pneumologista: Surtos esporádicos podem complicar combate aos fogos
Notícias ao Minuto

20:38 - 12/05/20 por Lusa

País Incêndios

"O potencial de existência de surtos esporádicos da covid-19 nas forças de trabalho em âmbito de combate a incêndios florestais pode complicar as operações de campo e degradar a capacidade durante a temporada de 2020", afirmou o médico do hospital de Coimbra e que se dedica algum tempo à saúde e doença dos bombeiros.

No webminar 'O reflexo da covid-19 no sistema de defesa da floresta contra incêndios em 2020', organizado pelo Centro de Estudos sobre Incêndios Florestais, liderado por Domingos Xavier, o médico deu conta das propostas e orientações internacionais que devem seguir os operacionais que este ano combatem os incêndios florestais.

Nesse sentido, António Ferreira defendeu que todos os operacionais envolvidos nos combate aos incêndios florestais deviam ser testados à covid-19 regularmente.

"Testar por zaragota todos os operacionais pode ser pouco exequível do ponto de vista técnico, mas era fundamental para conhecer o estado de todos os profissionais desta área", disse, realçando que os estudos internacionais apontam todos para este caminho.

O médico pneumologista ressalvou que o teste por zaragota apenas apresenta resultados para o momento, mas era essencial para reduzir o risco de contágio no teatro de operações.

Em altura de pandemia, António Ferreira disse ainda que não devem ir combater incêndios bombeiros com mais de 65 anos ou com patologias associadas e deve ser garantido, sempre que possível, uma tripulação permanente e estável sem troca de membros.

Neste debate, o tenente-coronel Ricardo Alves, da GNR, admitiu alguns constrangimentos que a corporação teve no planeamento da prevenção dos incêndios rurais devido à covid-19, nomeadamente acesso à informação, as ações de gestão de combustível (limpeza das matas) "com mais limitações", dificuldades em contratar vigilantes para os postos de vigia e nos registos de autorização de queima e queimadas.

Ricardo Alves avançou que a Guarda Nacional Republicana vai utilizar, pela primeira vez, a plataforma de georreferenciação de patrulhas não só para a GNR, mas também para outras agentes de proteção civil envolvidos no combate aos fogos.

Este militar, que é chefe da divisão técnica ambiental do SEPNA (Serviço de Proteção da Natureza e do Ambiente) da GNR disse ainda que, no âmbito da prevenção e vigilância dos incêndios florestais, a utilização de 'drones' é "o mais valia neste período de covid-19".

Recomendados para si

;
Campo obrigatório