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Granizo causa estragos e receio de perda de colheitas no Vale da Vilariça

Várias produções do Vale da Vilariça em Trás-os-Montes podem enfrentar uma perda total de fruto devidos a trovoadas com queda de granizo que afetaram aquela que é das zonas agrícolas mais férteis de Trás-os-Montes.

Granizo causa estragos e receio de perda de colheitas no Vale da Vilariça
Notícias ao Minuto

20:43 - 20/04/20 por Lusa

País Mau tempo

Os danos foram causados por trovoadas acompanhadas de granizo ao longo do dia de domingo em várias zonas do vale que deixou marcas no pêssego, cereja, vinha e hortícolas, como contou hoje à Lusa o presidente da Associação de Regantes do Vale da Vilariça, Fernando Brás

A diretora regional de Agricultura e Pescas do Norte, Carla Alves, confirmou à Lusa que tem conhecimento da situação e que os técnicos vão visitar o local para avaliar os prejuízos.

"Ainda não sabemos a dimensão dos estragos, mas foi bastante grave", afirmou o produtor Gil Freixo, que tem 60 hectares de pessegueiros nesta zona do distrito de Bragança.

Segundo o produtor, "o pêssego já estava do tamanho de uma noz e ficou tudo picado".

Gil Freixo apanha, em média "600 a 800 toneladas" de pêssego por ano que vende a grossistas e agora tem que esperar para ver "se o mercado vai aceitar" o fruto com as marcas da intempérie.

Primeiro, como explicou, ele e outros produtores afetados, vão aguardar "cerca de uma semana" para perceber se o tratamento imediato que aplicaram para o fruto "cicatrizar" dá ou não resultado.

Se o tratamento não apagar as marcas deixadas pelo granizo, teme "perda total da produção", o que terá "um impacto grande" na economia desta zona.

Para já, este produtor vai manter as 30 pessoas que tem a trabalhar permanentemente nos pomares.

"Há alguns pomares de cereja e pêssego afetados a 100%", afirmou à Lusa Fernando Brás, presidente da Associação de Regantes do Vale da Vilariça.

De acordo com o dirigente, há também vinhas afetadas, assim como a fruticultura em geral e as hortas, numa zona onde se concentra também uma significativa produção de legumes.

Os cálculos ainda não estão feitos, todavia o presidente da associação fala em "dezenas de hectares afetados".

Tanto Fernando Brás como o produtor Gil Freixo indicaram à Lusa que está marcada para terça-feira a visita de técnicos ao local para fazerem o levantamento dos estragos, como adiantou também à Lusa a diretora regional de Agricultura e Pescas do Norte, Carla Alves.

A responsável ressalvou que os técnicos irão ajudar os produtores a fazerem as declarações de prejuízos para que, aqueles que têm projetos agrícolas financiados, não sejam prejudicados se os prejuízos causados pela intempérie os prejuízos afetarem as exigências de produção.

Relativamente a ajudas financeiras, Carla Alves esclareceu, no caso, aparentemente terão de ser acionados os seguros de colheitas porque não há ajudas financeiras à quebra de produção.

Segundo disse, "o que o Ministério da Agricultura tem para acudir em casos de fenómenos climáticos adversos é uma medida que financia o restabelecimento do potencial produtivo", ou seja quando é destruída a planta ou árvore.

No caso da Vilariça, o que aparenta estar em causa é a perda de produção.

Ainda assim, os técnicos irão ao local avaliar a situação, recolher imagens dos danos e fazer as declarações de prejuízos agrícolas.

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