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Autoridade de Saúde dos Açores pede que a população "não baixe a guarda"

O responsável da Autoridade de Saúde Regional dos Açores apelou hoje à população do arquipélago para que mantenha o distanciamento social, apesar de a região ter registado menos casos positivos de covid-19 nos últimos dias.

Autoridade de Saúde dos Açores pede que a população "não baixe a guarda"
Notícias ao Minuto

20:54 - 08/04/20 por Lusa

País Covid-19

"Nós temos visto isto nos últimos dias. A população, por via dos resultados que temos vindo a apresentar, parece, de certa forma, que está a ficar mais descansada e não podemos baixar a guarda. Não podemos relaxar e começar a circular normalmente", afirmou Tiago Lopes, no ponto de situação diário sobre a evolução do surto na região, feito em Angra do Heroísmo.

Desde o dia 04 de março que foram registados apenas seis novos casos positivos nos Açores, com dois dias sem qualquer caso confirmado e, em algumas ilhas, começa a notar-se maior circulação nas vias públicas.

"Isto deixa-nos, de certa forma, em cheque, porque nos deixa mais expostos ao contacto com possíveis pessoas infetadas, embora, como temos vindo a dar nota, não tenhamos registado um número muito significativo de casos positivos", frisou o responsável da Autoridade de Saúde Regional.

Entre as 00:00 do dia 09 e as 24:00h do dia 13 de abril, a circulação entre concelhos estará limitada, decisão que para Tiago Lopes chega "em boa altura".

"A população de certa forma parece que entende mais que tem direitos do que tem deveres. E depois sentem-se atingidas e afrontadas pelo facto de verem restringida um pouco da sua liberdade. Neste momento, acho que é essencial e vem em boa altura a aplicação destas medidas mais restritivas de circulação entre concelhos e vai ao encontro daquilo que nós já temos vindo a apelar nos últimos dias e nas últimas semanas", apontou.

O também diretor regional da Saúde dos Açores admitiu que a medida, já aplicada desde sexta-feira em todos os concelhos da ilha de São Miguel, vai provocar "constrangimentos", mas apelou à compreensão da população.

"Estamos em estado de emergência, não estamos numa época vulgar. Tem de se apelar à compreensão das pessoas para que, quando circulem, tenham alguma paciência e alguma calma, porque vai haver alguma restrição e algum atraso na sua circulação", reiterou.

Depois de um primeiro caso identificado na ilha do Pico, foi hoje detetado um segundo caso de infeção pelo novo coronavírus após os 14 dias de quarentena determinada pelas autoridades de saúde, na ilha Graciosa.

Segundo Tiago Lopes, a mulher de 21 anos, com histórico de viagem recente ao exterior, cumpriu 14 dias de quarentena à chegada à ilha, mas esse período já tinha sido prorrogado.

"É uma cidadã que tinha feito uma viagem recente ao exterior, acompanhada, que estava em quarentena, acompanhada, e dentro desse acompanhamento vamos fazer o teste para saber se há positividade, por via desta proximidade", afirmou, alegando que, mesmo que o segundo caso seja positivo, a transmissão "estará muito circunscrita a esse núcleo".

Várias cadeias de transmissão local identificadas nos Açores dizem respeito a contactos próximos com familiares e o responsável da Autoridade de Saúde Regional admitiu que nem sempre são acatadas as recomendações de isolamento.

"Muitas vezes é notório que as pessoas estão em casa, de quarentena, mas consegue-se vislumbrar alguma interação social. Quando suspeitamos que há alguma interação social preferimos pecar por excesso e identificar os contactos próximos que possam ter existido", afirmou.

Na sequência destes casos, a Autoridade Regional de Saúde dos Açores decidiu alargar o período de quarentena "em determinados momentos e em determinados contextos", para identificar de forma mais precoce possíveis novos casos positivos.

"Sempre que se justifique pelas ligações epidemiológicas ou pelo contexto particular de uma ou outra cadeia de transmissão, fazemos os testes para ter mais alguma salvaguarda", acrescentou Tiago Lopes.

Os Açores registam 72 casos confirmados de covid-19 (35 em São Miguel, 11 na Terceira, 10 no Pico, sete em São Jorge, cinco no Faial e quatro na Graciosa), entre os quais se verificou uma morte e três recuperações. 

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 1,4 milhões de pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 82 mil.

Em Portugal, segundo o balanço feito hoje pela Direção-Geral da Saúde, registaram-se 380 mortes, mais 35 do que na véspera (+10,1%), e 13.141 casos de infeções confirmadas, o que representa um aumento de 699 em relação a terça-feira (+5,6%).

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