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Centro de dia em Matosinhos recorre à Internet para apoiar utentes

Um centro de dia em Matosinhos, fechado desde 13 de março, está a enviar informação via Internet aos cuidadores familiares ajudando-os a lidar com os utentes no período em que estarão em casa devido ao combate à covid-19.

Centro de dia em Matosinhos recorre à Internet para apoiar utentes
Notícias ao Minuto

10:12 - 08/04/20 por Lusa

País Covid-19

Com 10 utentes com idades entre os 64 e 93 anos, o Centro de Dia Laços Quotidianos, em Matosinhos, distrito d Porto, contornou a impossibilidade de manter fisicamente o apoio aos idosos, por determinação da Direção-Geral da Saúde (DGS), recorrendo às tecnologias da informação para os apoiar em casa, explicou à Lusa o diretor técnico e psicólogo da instituição.

"Sem casos da covid-19 entre os colaboradores e utentes", garantiu o responsável, a preocupação pelo confinamento forçado está a ser contornado com o recurso à imaginação, ferramentas disponíveis e à Internet.

"Foi definido um plano em que o objetivo é, dentro do possível, não alterar muito as dinâmicas que os utentes tinham no centro, proporcionando aos familiares cuidadores exercícios que lhes permitam fazer a estimulação cognitiva e física", explicou o responsável.

Assim, disse, "são disponibilizados vídeos representativos do que eles faziam, para que os familiares possam perceber a dinâmica e qual a melhor forma de os incentivar e manter concentrados".

Francisco Vieira frisou que "alguns deles têm sintomatologia depressiva e, por isso, menos tendência para participar nas atividades", o que obriga a ser "muito empático e carinhoso com eles".

Essas ferramentas integram "informação sobre mecanismos de ansiedade e qual a melhor forma de os entender e conseguir gerir numa fase de incerteza quanto ao futuro, receio quanto à eventual situação financeira, medo de contágio e ansiedade excessiva".

Recorrendo a "músicas, técnicas de relaxamento e telefonemas", explicou, abre-se a possibilidade, também, aos cuidadores de "verbalizarem as suas dificuldades, exteriorizar e desabafar, sentindo-se mais apoiados".

Para os utentes em breve estará disponível "uma gravação áudio para fazerem relaxamento", que lhes permite "equilibrar o sistema nervoso, favorecer a produção hormonal e fortalecer o sistema imunitário".

À Lusa, Paula Pinto, filha e cuidadora da mãe, Alice Dias, utente do centro de dia, disse que, "com a questão da covid-19 e de terem fechado o centro, continuar a haver acompanhamento aos seus utentes na parte psicológica e cognitiva é muito importante".

"Temos recebido várias ferramentas com as quais posso interagir mais com a minha mãe, como por exemplo fichas, e que a minha mãe está a levar como sendo trabalho de casa, que a ocupa algum tempo durante a tarde e que quer fazer bem", relatou.

As músicas de relaxamento e os vídeos, contou, foram aproveitados para serem desfrutados em conjunto, a primeira, ela e a mãe, e a segunda com a presença de mais familiares, o que deixou a progenitora "muito satisfeita e orgulhosa por todos terem visto o que ela faz no centro de dia".

"São ferramentas que nos têm ajudado no nosso papel de cuidadores, sem dúvida", acrescentou Paula Pinto que, de lamentos, apenas mencionou "o facto de as cirurgias previstas ao coração e ao pé diabético" da mãe "terem sido adiadas", criticando o que "parece ser estar toda a gente a olhar para a covid-19 e deixar as outras doenças crónicas para trás".

No caso de André Oliveira, a demência torna tudo mais complicado, explicou à Lusa a filha, Sara Brandão, que revelou "esforços diários" para tentar a partir das "dicas e informações" que recebe por e-mail "arrebitar e estimular" o pai.

Afirmando-se "preocupada com o tempo que terá de passar até o pai poder voltar ao centro de dia" e pelo facto de a sua vida profissional "não lhe permitir estar sempre em casa dos pais", Sara Brandão procura, por isso, "retirar o máximo da leitura que faz da informação disponibilizada" para, assim, "transmitir serenidade" ao familiar.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou cerca de 1,4 milhões de pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 80 mil.

Em Portugal, segundo o balanço feito na terça-feira pela Direção-Geral da Saúde, registaram-se 345 mortes, mais 34 do que na véspera, e 12.442 casos de infeções confirmadas, o que representa um aumento de 712 em relação a segunda-feira.

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