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Câmara da Maia prepara criação de centro de acolhimento em escola

A Câmara da Maia vai abrir um Centro de Acolhimento "Covid Negativo" numa escola do concelho e está a articular com um hotel local o acolhimento de idosos enquanto procede à desinfeção de lares, indicou hoje fonte da autarquia.

Câmara da Maia prepara criação de centro de acolhimento em escola
Notícias ao Minuto

20:07 - 07/04/20 por Lusa

País Covid-19

O Centro de Acolhimento "Covid Negativo" abrirá "esta semana" na Escola EB2+3 de Gueifães, indicou fonte da câmara em resposta à agência Lusa, sem especificar datas ou número de camas.

A autarquia avançou que também "contratou um hotel da cidade para permitir o acolhimento temporário de idosos enquanto procede à higienização/desinfeção de lares" e apontou estar a "promover, em articulação com as autoridades de saúde locais, a realização de testes a todos os utentes e funcionários de lares do concelho".

Outra medida descrita hoje pela Câmara liderada por António Silva Tiago (PSD/CDS-PP) para o período de pandemia associada ao novo coronavírus é a criação de um banco de empréstimo de 'tablets' e 'routers' com acesso à Internet para três meses para alunos do 1º Ciclo, permitindo-lhes que "continuem a aprender a partir de casa".

Em causa o projeto batizado de 'Maia | School4All', o qual está a ser operacionalizado em colaboração com os Agrupamentos de Escolas do concelho e Federação das Associações de Pais e Encarregados de Educação do Concelho da Maia (FAPEMAIA).

Estas medidas fazem parte de um pacote com mais de três dezenas de itens que foi aprovado por unanimidade na reunião de câmara que decorreu segunda-feira, sendo que alguns itens desse pacote estão já implementados, nomeadamente a criação do centro de rastreio, a isenção ou descontos de taxas e faturas municipais e a criação de um fundo de emergência social no valor de um milhão de euros.

Hoje, numa declaração de voto enviada à agência Lusa, a coligação "Um Novo Começo", composta pelo PS e Partido Juntos pelo Povo, que é oposição ao executivo maiato, considerou que as medidas apresentadas até ao momento na Maia são "manifestamente insuficientes" e fez descreveu algumas sugestões apresentadas na sessão camarária.

A coligação PS/JPP quer que a Câmara adquira 25 ventiladores, que seja criado um hospital de campanha com capacidade mínima para 250 pessoas, bem como um centro clínico de retaguarda a funcionar em hotéis para 200 pessoas e que a capacidade de rastreio, nesta fase, passe para 600 testes/dia.

A declaração de voto do PS/JPP inclui ainda a sugestão de aluguer de 15 camiões de desinfeção, com esta coligação a considerar que "o espaço público de cada freguesia deve ser desinfetado quatro vezes por dia".

A oposição quer, também que o Imposto Municipal Sobre Imóveis (IMI) passe valores mínimos, ou seja 0,3%, sugere a criação de um "cabaz família" com medicamentos e alimentos e a disponibilização de "habitações abrigo" para vítimas de violência doméstica.

Entre outras sugestões, a coligação "Um Novo Começo" quer que sejam alugados 10 carros para serem entregues às forças de segurança da Maia "para uma melhor patrulha de proximidade" e que o reforço às corporações de bombeiros seja reforçado, assim como antecipado em três meses o apoio às coletividades e associações concelhias.

"Transferência de aproximadamente de 500 mil euros para a Cruz Vermelha e para associações de solidariedade, potenciando um apoio mais próximo e eficaz. Transferência de aproximadamente 500 mil euros para as Juntas de Freguesia, para possibilitar um apoio mais próximo em situações de emergência. Apoio aos animais de estimação cujos donos estejam infetados ou doentes" - são outras medidas que constam do documento assinado pelos vereadores do PS/JPP.

A agência Lusa contactou o líder desta coligação a fim de perceber o porquê dos números sugeridos, nomeadamente para aquisição de ventiladores ou aluguer de carros e camiões, tendo Francisco Vieira de Carvalho explicado que "as medidas apresentadas tiveram como base os estudos populacionais da Maia face à pandemia".

"Entendemos que face ao número de ventiladores necessários, a comparticipação da Maia teria de ser de 25 no mínimo. Com base no número de infetados, o número de casos suspeitos, e a sua evolução, um hospital de campanha com 250 camas é fundamental e urgente. Sobre os camiões, a Maia tem apenas dois, o que face à sua grande área, torna irrisória a sua atividade", disse Francisco Vieira de Carvalho.

Já o presidente da Câmara da Maia, António Silva Tiago, contactado pela Lusa no sentido de reagir às críticas apontadas pela oposição, frisou que "há muito trabalho ainda pela frente, não sendo tempo para desperdiçar energias com política menor".

"Neste momento estamos muito focados no trabalho do dia-a-dia, garantindo no terreno os apoios sociais e as medidas de mitigação dos impactos económicos desta crise sanitária. Eu, e o executivo que lidero, estamos preocupados com os nossos seniores e temos a cabeça permanentemente ocupada em criar condições e ajudar as autoridades de saúde no que estiver ao nosso alcance. Espero que todos compreendam: o que é importante, trabalhar, trabalhar, trabalhar. E todos os que quiserem trabalhar são bem-vindos", disse o autarca.

Em Portugal, segundo o balanço feito hoje pela Direção-Geral da Saúde, registaram-se 345 mortes, mais 34 do que na véspera (+10,9%), e 12.442 casos de infeções confirmadas, o que representa um aumento de 712 em relação a segunda-feira (+6%).

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