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Menor deslocação de doentes crónicos a hospitais é "preocupante"

As deslocações dos doentes crónicos aos hospitais estão a baixar significativamente nas últimas semanas, devido aos receios da pandemia da covid-19, o que preocupa o Conselho de Escolas Médicas Portuguesas (CEMP), realçou hoje o presidente da entidade, Fausto Pinto.

Menor deslocação de doentes crónicos a hospitais é "preocupante"
Notícias ao Minuto

21:36 - 06/04/20 por Lusa

País Covid-19

"Há uma diminuição significativa do acesso de pessoas com doenças crónicas aos hospitais, e não é só em Portugal, é algo que está a acontecer noutros países do mundo", disse à Lusa o presidente do CEMP, destacando que, face aos perigos do novo coronavírus, os doentes crónicos se devem resguardar ao máximo, mas, em caso de necessidade, têm mesmo que ser consultados nos hospitais.

O responsável apontou, como exemplo, para os doentes que sofreram um enfarte agudo do miocárdio (EAM), tendo, nos últimos tempos, havido uma quebra de 40% a 50% no número de casos assistidos nos hospitais desta tipologia.

"Apesar do problema atual (covid-19), que é grave, não nos podemos esquecer que existem outras doenças. Se as pessoas não se sentirem bem, que desencadeiem os meios de socorro existentes, como o INEM", sublinhou Fausto Pinto.

O líder do CEMP, organismo que reúne os diretores das oito faculdades de medicina portuguesa, vincou que os hospitais dispõem de "zonas limpas" e de "zonas covid-19", e que há hospitais "não covid-19", todos preparados para manter o funcionamento normal do sistema de saúde.

"Temos estado muito atentos a toda esta situação. Pelo facto de estarmos todos focados neste problema [do novo coronavírus], que é grande, as outras doenças todas não desapareceram", alertou, assinalando que este é um dos "efeitos indiretos" provocados pela atual pandemia.

De resto, segundo noticiou hoje a SIC, os dados de um estudo da London Business School (LBS) mostram que, entre 16 de março e 03 de abril houve um aumento do número de mortes em Portugal.

"É sempre preciso termos cautelas com os estudos, e, esse, deve ser visto com algum detalhe", referiu Fausto Pinto, admitindo que parte do aumento da mortalidade em causa no período esteja relacionada com o medo das pessoas recorrerem atempadamente aos serviços de saúde nesta altura.

Certo é que o CEMP e a Ordem dos Médicos "estão alinhados" sobre a necessidade de a comunidade médica e científica ter um melhor acesso aos dados sobre a covid-19 em Portugal, informou o professor, de forma a trabalharem sobre os indicadores mais fiáveis possíveis, para traçar um mapa da doença no país.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 1,3 milhões de pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 73 mil.

Em Portugal, segundo o balanço feito hoje pela Direção-Geral da Saúde, registaram-se 311 mortes, mais 16 do que na véspera (+5,4%), e 11.730 casos de infeções confirmadas, o que representa um aumento de 452 em relação a domingo (+4%).

Dos infetados, 1.099 estão internados, 270 dos quais em unidades de cuidados intensivos, e há 140 doentes que já recuperaram.

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