Em comunicado, a autarquia de Montalegre, no distrito de Vila Real, manifestou a "preocupação" pelas dificuldades dos produtores pecuários em "desfazerem-se dos seus animais".

"Convidamos a população a dar preferência ao que é nosso, consumindo carne produzida em Barroso", pode ler-se.

A autarquia liderada por Orlando Alves propôs à população a encomenda de um ou meio cabrito "no seu talho de preferência", que irá comunicar ao município até dia 11 de abril "as quantidades para distribuição e local de entrega".

"A câmara fará a entrega no endereço fornecido", acrescentou ainda.

Segundo o presidente da Cooperativa Agrícola do Barroso (Coopbarroso), Nuno Sousa, a pandemia está a afetar os produtores principalmente na comercialização, devido ao encerramento de muitos restaurantes.

"Tem havido alguma diminuição das vendas, pois muitos dos produtos que produzimos vão para restaurantes e estando estes a funcionar apenas em regime de 'take-away', e outros fechados, limita sempre o escoamento", adiantou à agência Lusa.

Nuno Sousa explica que o escoamento de vitelas, borrego e leitões tem sentido uma maior dificuldade, esperando não ter os mesmos problemas com o cabrito.

"Tem havido uma política para as pessoas consumirem a ajudarem os nossos agricultores a escoarem os seus produtos, o que ajuda a minimizar os problemas", vincou.

Sobre outros produtos, Nuno Sousa lembra que na região há maioritariamente pequenos produtores que já têm os seus "clientes habituais durante o ano".

Estimando que em mais de 2 mil explorações a quebra de rendimentos esteja situada entre os 20% e 30%, o responsável pela Coopbarroso refere que já fez chegar as informações quer às confederações dos agricultores, quer junto do ministério da Agricultura.

"Eles estão a par da situação. Vamos ver se conseguimos alguma medida de apoio e para fazer face a esta dificuldade, que pensamos nós ser temporária mas que existe nesta altura", atirou.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 1,2 milhões de pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 70 mil.

Em Portugal, segundo o balanço feito hoje pela Direção-Geral da Saúde, registaram-se 311 mortes, mais 16 do que na véspera (+5,4%), e 11.730 casos de infeções confirmadas, o que representa um aumento de 452 em relação a domingo (+4%).

Dos infetados, 1.099 estão internados, 270 dos quais em unidades de cuidados intensivos, e há 140 doentes que já recuperaram.

Portugal, onde os primeiros casos confirmados foram registados no dia 02 de março, encontra-se em estado de emergência desde as 00:00 de 19 de março e até ao final do dia 17 de abril, depois do prolongamento aprovado na quinta-feira na Assembleia da República.