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União das IPSS de Lisboa reconhece que situação nos lares é "complicada"

 As Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS) reinventaram-se devido à pandemia de covid-19 e, apesar de continuarem a prestar os serviços, nos lares a situação é "deveras complicada", reconheceu à Lusa o presidente da União das IPSS de Lisboa.

União das IPSS de Lisboa reconhece que situação nos lares é "complicada"
Notícias ao Minuto

19:51 - 31/03/20 por Lusa

País Coronavírus

"As instituições, um pouco também à semelhança do país, tiveram que se reinventar, tivemos que nos reorganizar, no fim de contas é isso que caracteriza as IPSS, são estas respostas eficazes no sentido de resolver as necessidades concretas das pessoas, das comunidades", disse o presidente da União Distrital das IPSS de Lisboa, João Carlos Batalha.

No distrito de Lisboa, como no resto do país, as IPSS estão a viver o atual momento "de forma muito apreensiva", admitiu o responsável, mas continuam empenhadas em prestar "com cuidados redobrados" não só os habituais serviços aos utentes, mas outros que, entretanto, tiveram de ser adaptados.

Por exemplo, os centros de dia deixaram de funcionar e agora são as instituições que vão a casa dos utentes para lhes levar as refeições, cuidar da higiene, mas também para levar algumas compras, apoiar a toma da medicação ou ir à farmácia.

"Temos que nos desdobrar, não só prestando os serviços de apoio domiciliário que já prestávamos aos utentes, mas também a estes de centro de dia, vamos à casa de todos", salientou João Carlos Batalha.

Nos lares, o presidente da União Distrital das IPSS de Lisboa reconheceu que "a situação é deveras complicada".

"Vamos fechando a malha, filtrando o mais possível, criando procedimentos junto dos funcionários para prevenir", referiu, admitindo que os trabalhadores que "entram e saem" são um motivo de preocupação.

Entre outras medidas, destacou, estão a ser criadas "zonas de descontaminação" para prevenir o risco, locais onde os funcionários tomam banho e mudam de roupa antes de entrar ao serviço e no final dos turnos.

"Cada instituição, à sua medida e em função das suas estruturas físicas, vão criando mecanismos, estratégias de contenção e também de prevenção, criando formas para diminuir os riscos", acrescentou.

Por outro lado, as instituições estão também a ter o problema adicional da falta de equipamento de proteção individual e os preços "absolutamente especulativos" que estão a ser pedidos.

"Tudo isto passou a ser um problema adicional e absolutamente crucial na estratégia defensiva que cada instituição tem que montar", salientou o responsável, lembrando que em todas as instituições há um conjunto de gestos que se repetem ao longo do dia, como a higiene dos utentes, e que implicam "um gasto de material absolutamente incrível".

Nos próximos dias, a União das IPSS do Distrito de Lisboa vai distribuir 100 mil luvas, que fazem parte de um pacote que a Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade (CNIS) recebeu.

"Representamos mais de meio milhar de instituições no distrito de Lisboa, temos consciência que 100 mil luvas não chegam, é uma ajuda, mas não chegam", disse.

Ainda em relação aos funcionários, as instituições tiveram também que se reorganizar, porque, com o encerramento das escolas, muitos tiveram de ficar com os filhos, além dos que, entretanto, foram para casa porque estavam infetados ou havia essa suspeita.

Mas, apesar da situação difícil, João Carlos Batalha admitiu que a decisão do Governo de fazer testes de despistagem do novo coronavírus em lares onde até agora não haja casos diagnosticados "é muito importante" porque tem um caráter preventivo.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 803 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 40 mil. Dos casos de infeção, pelo menos 165 mil são considerados curados.

Em Portugal, segundo o balanço feito hoje pela Direção-Geral da Saúde, registaram-se 160 mortes, mais 20 do que na véspera (+14,3%), e 7.443 casos de infeções confirmadas, o que representa um aumento de 1.035 em relação a segunda-feira (+16,1%).

Dos infetados, 627 estão internados, 188 dos quais em unidades de cuidados intensivos, e há 43 doentes que já recuperaram.

Portugal, onde os primeiros casos confirmados foram registados no dia 02 de março, encontra-se em estado de emergência desde as 00:00 de 19 de março e até às 23:59 de 02 de abril.

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