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Deputada independente açoriana questiona situação de doentes deslocados

A deputada independente Graça Silveira questionou hoje o Governo dos Açores sobre a situação dos doentes deslocados para exames, tratamentos ou consultas, que, "devido à declaração do estado de contingência nos Açores, estão impossibilitados de regressar à suas ilhas".

Deputada independente açoriana questiona situação de doentes deslocados
Notícias ao Minuto

14:53 - 30/03/20 por Lusa

País Covid-19

Em requerimento entregue no parlamento açoriano, Graça Silveira diz que "não faz sentido deixar doentes deslocados entregues à sua sorte com 30 euros de diária (que só será paga quando regressar a casa), ao mesmo tempo que os passageiros dos voos que chegam aos Açores, em clara atitude de desobediência, têm direito a 14 dias num hotel de 4 estrelas com pensão completa".

"São dezenas os açorianos deslocados da sua ilha de residência que se encontram há 14 dias em residenciais, a pagar o quarto e as refeições, com um apoio diário de 36,28 euros, claramente insuficiente, e que só o receberão quando forem reembolsados, enquanto os passageiros dos voos que chegam aos Açores, em clara atitude de desobediência, têm direito a 14 dias num hotel de 4 estrelas com pensão completa", refere na nota enviada às redações.

A deputada independente no parlamento dos Açores salienta que "estes doentes não se deslocaram por sua vontade, mas por necessidade e por decisão da Secretaria Regional da Saúde, através do Serviço Regional de Saúde", alertando que "alguns deles têm mais de 60 anos" e estão "sem serem contactados por ninguém, sequer para avaliar o seu estado de saúde", em residenciais.

Em causa estão "dezenas de doentes que foram chamados para se deslocar a hospitais fora da sua ilha de residência para a realização de exames complementares de diagnóstico, tratamentos ou consultas, que acabaram por nem acontecer. Entretanto, as ligações interilhas foram suspensas, ficando estes doentes impossibilitados de regressar às suas ilhas de residências e, consequentemente, encontrando-se alojados em residenciais, desde o passado dia 16 de março", aponta.

Graça Silveira refere que "o diretor regional de Saúde, quando questionado pelos órgãos de comunicação social, se estes doentes deslocados já tinham sido autorizados a regressar às suas ilhas de residência, que se acumulam há 14 dias em residenciais, respondeu que a Autoridade Regional de Saúde está a ter alguma dificuldade de despachar os diferentes pedidos porque há muitos requerimentos, inclusivamente de açorianos que pedem para ir de férias".

No requerimento, a parlamentar questiona o Governo sobre "quantos doentes" estão deslocados para a realização de exames complementares de diagnóstico, tratamentos ou consultas, "depois de ter sido declarado estado de contingência nos Açores".

A deputada independente pretende saber "quantos doentes se encontram, neste momento, deslocados fora das suas ilhas de residência, por força de agendamentos do próprio Serviço Regional de Saúde".

"Quais as garantias de que estes doentes de risco estão efetivamente isolados e, consequentemente, protegidos quanto à contaminação por covid-19?" e porque razão "ao fim de 14 dias, a Autoridade Regional de Saúde não deu, ainda, despacho aos requerimentos para que estes doentes voltem à sua ilha de residência?", questionou.

Por fim, Graça Silveira pretende saber "que apoios o Governo Regional acionou" para estes doentes "impossibilitados" do regresso às suas ilhas e porque motivo não foi decidido "alojar estes doentes deslocados nas mesmas condições" que todos os passageiros que aterram nos Açores e que têm confinamento obrigatório em hotéis.

Até hoje, foram detetados na região 47 casos positivos para infeção pelo novo coronavírus SARS-CoV-2, que causa a doença covid-19, sendo 18 em São Miguel, nove na ilha Terceira, sete em São Jorge, oito no Pico e cinco no Faial.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 727 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram perto de 35 mil.

Dos casos de infeção, pelo menos 142.300 são considerados curados.

Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.

Em Portugal, segundo o balanço feito hoje pela Direção-Geral da Saúde, registaram-se 140 mortes, mais 21 do que na véspera (+17,6%), e 6.408 casos de infeções confirmadas, o que representa um aumento de 446 em relação a domingo (+7,5%).

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