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Maia realoja temporariamente utentes do lar onde ocorreram 2 mortes

A Câmara da Maia vai realojar temporariamente num hotel os utentes da residência sénior O Amanhã da Criança, onde ocorreram duas mortes devido à covid-19, indicou hoje aquela autarquia, garantindo que todos os utentes serão testados antes da transferência.

Maia realoja temporariamente utentes do lar onde ocorreram 2 mortes
Notícias ao Minuto

18:23 - 27/03/20 por Lusa

País Covid-19

Em comunicado, a Câmara Municipal da Maia anunciou que "os idosos do lar Amanhã da Criança serão transferidos hoje, numa operação coordenada pelo Serviço Municipal de Proteção Civil".

"Todos os utentes que ainda o não tenham sido serão testados à Covid-19 antes da ida para o hotel, é frisado na nota enviada à agência Lusa.

Em causa está um lar que, de acordo com informações veiculadas quinta-feira à Lusa pelo presidente da instituição, registou até agora duas mortes, uma no domingo e outra na quarta-feira, devido à pandemia covid-19.

No estabelecimento permaneciam à data 10 idosos e 10 funcionários infetados, três idosos tinham sido transportadas a hospitais do Porto e 50 utentes e trabalhadores aguardavam a realização de testes de despistagem do novo coronavírus.

Na quinta-feira à noite, o presidente da instituição, José Manuel Correia, apontou à Lusa que estava a preparar um plano de evacuação, que será agora posto em prática com a ajuda da Câmara da Maia.

Manifestando-se "desesperado", José Manuel Correia contou que ponderou uma "medida radical" para que as autoridades de saúde o "acudissem".

"Já liguei para todos os lados, empurram com a barriga desta para aquela entidade. Só me falta colocar os idosos lá fora e pedir que resolvam. O que pedimos para que nos deixem higienizar o lar por completo para depois todos regressarem em segurança para cá", disse José Manuel Correia.

Já o presidente da autarquia, António Silva Tiago, citado na nota camarária, afirma hoje que "perante a indecisão das autoridades competentes, o município decidiu assumir a responsabilidade de encontrar uma solução".

"Lamento profundamente a duplicidade de critérios, já que em Vila Nova de Famalicão e Vila Real [referindo-se a outros casos de lares que têm registado alo risco de contágio covid-19] toda essa operação foi assumida pela administração central. A indecisão atrasou a operação que a Câmara Municipal vai agora realizar", refere o autarca.

De acordo com a Câmara da Maia, distrito do Porto, na unidade hoteleira os utentes serão mantidos isolados em quartos individuais e acompanhados por pessoal e corpo clínico da instituição, sendo que todos aqueles que tenham testado positivo, ou que estão a aguardar resultado, ficarão num piso inferior da unidade hoteleira.

"Os restantes serão realojados em andares superiores, com um piso de segurança entre eles sem ocupação. Entretanto, o lar será desinfetado e os idosos regressarão à instituição quando o corpo clínico do O Amanhã da Criança determinar que estão reunidas as condições", descreve a autarquia, acrescentando que assegurará "toda a operação de transporte e alojamento dos idosos".

"Esta medida de realojamento será sempre aplicada pelo município a utentes inscritos nas estruturas residenciais para pessoas idosas da rede solidária da Maia, sem retaguarda familiar devidamente comprovada, e quando as instituições estejam sinalizadas pelas autoridades de saúde como contágio de alto risco para a covid-19", acrescenta a autarquia.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou cerca de 540 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram perto de 25 mil.

Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.

Em Portugal, registaram-se 76 mortes, mais 16 do que na véspera (+26,7%), e 4.268 infeções confirmadas, segundo o balanço feito hoje pela Direção-Geral da Saúde, que identificou 724 novos casos em relação a quinta-feira (+20,4%).

Dos infetados, 354 estão internados, 71 dos quais em unidades de cuidados intensivos, e há 43 doentes que já recuperaram.

Portugal, onde os primeiros casos confirmados foram registados no dia 02 de março, encontra-se em estado de emergência desde as 00:00 de 19 de março e até às 23:59 de 02 de abril.

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