Escola Profissional de Espinho vai produzir 150 a 200 viseiras por dia
A Escola Profissional de Espinho anunciou hoje que está a produzir viseiras médicas por injeção de termoplástico, propondo-se assegurar diariamente 150 a 200 dessas peças para oferecer a lares e entidades que combatem a pandemia de covid-19.
© Reuters
País Covid-19
Segundo revelou fonte da direção desse estabelecimento de ensino do distrito de Aveiro, o método em causa é mais rápido do que a impressão em 3D e envolve material próprio para meio hospitalar: é "lavável, antiestático e antifúngico" e tem ainda a vantagem de permitir a substituição de alguns dos componentes da peça.
A iniciativa partiu do Gabinete de Investigação e Desenvolvimento Tecnológico da escola e envolve uma parceria com as empresas Inducorte, de Santa Maria da Feira, e Tecmacal, de São João da Madeira.
O projeto surge assim "da vontade da Escola Profissional de Espinho de colocar os seus recursos à disposição da comunidade e do combate ao novo coronavírus", dando também resposta a "vários apelos por parte de instituições de saúde, proteção civil e ação social" que revelam carência desse equipamento de proteção individual.
A produção será em série e a distribuição irá privilegiar "lares de Terceira Idade, que têm sentido bastante dificuldade em garantir os equipamentos necessários para dar continuidade ao seu trabalho de forma segura".
A direção da escola realça ainda que todas as viseiras "serão entregues gratuitamente a instituições dos concelhos de Espinho e Santa Maria da Feira", que dessa forma procurarão "impedir o efeito de contágio comunitário" gerado pela proximidade ao município de Ovar - que se encontra em estado de calamidade pública desde 17 de março, está sujeito a cerca sanitária com controlo de fronteiras e contabilizava quinta-feira 137 infetados e dois óbitos entre 55.400 habitantes.
Ainda segundo fonte da direção, os recursos recolhidos por Escola Profissional, Inducorte e Tecmacal asseguram já a produção de cerca de 2.000 máscaras, devendo esse fabrico prolongar-se se se obtiver entretanto "o apoio de mais empresários e o contributo dos cidadãos".
O novo coronavírus responsável pela pandemia de Covid-19 foi detetado em dezembro na China e já infetou mais de 540.000 pessoas em todo o mundo, das quais cerca de 253.000 morreram.
Em Portugal, a Direção-Geral da Saúde indicou hoje que o surto de Covid-19 já provocou 76 mortes e 4.268 infetados. Nesse universo de doentes, 354 estão internados, 71 dos quais em cuidados intensivos, e há ainda 43 cidadãos que já recuperaram da doença.
Dada a evolução da pandemia, todo o país se encontra desde 19 de março em estado de emergência, o que vigorará até às 23:59 do dia 02 de abril.
A nível internacional, o continente europeu é atualmente o que regista maior número de novos casos, quase 292.000, e Itália o país com mais vítimas mortais em todo o mundo. Contabiliza 8.165 mortos em 80.539 diagnósticos positivos.
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