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Professores do ensino básico ao superior pedem orientações ao Governo

Os professores do ensino básico ao superior queixam-se da falta de "orientações claras" do Governo, que mantém a incerteza sobre questões como se haverá testes ou se os trabalhos dos alunos feitos em casa devem contar para avaliação, denunciaram os sindicatos.

Professores do ensino básico ao superior pedem orientações ao Governo
Notícias ao Minuto

11:48 - 26/03/20 por Lusa

País Covid-19

Os professores do ensino básico e secundário queixam-se da "ausência de orientações claras" do Ministério da Educação, liderado por Tiago Brandão Rodrigues. No mesmo tom, os professores de universidades e institutos politécnicos reclamam "medidas concretas" ao ministro do Ensino Superior e Ciência, Manuel Heitor.

Quem dá voz a estas críticas são os líderes da Federação Nacional de Sindicatos de Professores (Fenprof), Mário Nogueira, e o presidente do Sindicato Nacional do Ensino Superior (SNESup), Gonçalo Leite Velho.

"Devia haver mais coordenação a nível nacional. Neste momento temos universidades com decisões diferentes perante problemas iguais e, mesmo dentro da mesma instituição, temos departamentos a decidir de forma diferente", lamentou Gonçalo Leite Velho em declarações à Lusa.

Entre as dificuldades sentidas pelos professores esteve a falta de apoio no momento de escolher as plataformas online para dar aulas à distância ou o facto de continuarem sem saber se se vão realizar provas de aferição, exames e frequências.

No ensino básico e secundário, os professores e diretores já se manifestaram pela suspensão da realização dos exames do 9.º ano e das provas de aferição, realizadas pelos alunos do 2.º, 5,º e 8.º anos, mas Tiago Brandão Rodrigues avisou que só depois de dia 09 de abril será conhecida a decisão do Ministério da Educação.

"O Ministério da Educação tem de ser mais claro e assertivo sobre o terceiro período de aulas", defendeu Mário Nogueira, em declarações à Lusa, lembrando que poderá ter de haver uma reorganização dos currículos e uma recalendalização dos exames nacionais. 

Também no ensino superior, os professores querem saber se neste segundo semestre de aulas - que começou em fevereiro - vai haver exames e frequências.

Gonçalo Leite Velho alertou que mesmo que sejam levantadas as restrições de isolamento social "os alunos têm pouco tempo para recuperar a matéria e a realização das provas e exames têm de garantir que há equidade", sublinhou, lembrando que ainda há alunos sem acesso às aulas online.

Os professores dizem também não ter respostas sobre se a ideia é fazer testes online no 3.º período ou se os trabalhos pedidos devem contar para avaliação, porque em ambos os casos há o risco de não serem feitos pelos alunos ou serem feitos com muita ajuda da família, criando uma desigualdade entre colegas.

O 3.º período do ano letivo dos alunos do básico e secundário começa a 14 de abril, na mesma altura em que as autoridades de saúde e o Governo preveem a ocorrência do pico da curva epidemiológica.

O primeiro-ministro, António Costa, admitiu também esta semana que o encerramento das escolas poderia "ir muito além" das férias da Páscoa.

As creches e escolas estão todas encerradas desde dia 16 de março e os alunos estão a ter aulas à distância

Os primeiros casos confirmados da covid-19 surgiram em Portugal a 02 de março e o país entrou há uma semana em estado de emergência.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, surgiu no final de dezembro do ano passado na China e já infetou perto de 450 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de vinte mil.

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