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Chaves teme "situação explosiva" sem "controlo sanitário" nas fronteiras

 O presidente da Câmara de Chaves, Nuno Vaz, apelou hoje para que exista um "verdadeiro controlo sanitário" nas fronteiras terrestres e uma verificação do cumprimento do isolamento social, para que não se crie uma "situação explosiva".

Chaves teme "situação explosiva" sem "controlo sanitário" nas fronteiras
Notícias ao Minuto

17:07 - 25/03/20 por Lusa

País Covid-19

"Uma região de fronteira como Chaves é uma zona de elevado risco, porque atravessam as fronteiras milhares de pessoas, emigrantes que decidiram regressar a casa, que constituem um risco não só para os próprios como para as suas famílias", sublinhou o autarca de Chaves, do distrito de Vila Real, durante uma conferência de imprensa.

Para Nuno Vaz, o controlo feito nas fronteiras é "insuficiente e incapaz", pelo facto de não ser "um verdadeiro controlo sanitário", o que pode criar "um verdadeiro caldo explosivo".

Segundo o autarca, os casos de infeção de covid-19 confirmados no concelho de Chaves foram "exatamente resultantes de importação por emigrantes", apelando a que se faça "mais e melhor".

"É preciso fazer mais. Há autoridades de saúde que estão perdidas, desorientadas que não sabemos o que tem feito a não ser fazerem manuais de orientação, como a administração regional de saúde do norte, que é a autoridade em termos de saúde responsável por todo o norte e parece-nos que não atende, não responde, não participa e não tem autoridade", vincou.

Pedindo uma atitude "decisiva e relevante", Nuno Vaz considera que é necessário realizar um "primeiro controlo sanitário", como a medição de temperatura e avaliação do risco dos cidadãos que têm de ficar em isolamento.

Para Nuno Vaz, as forças de segurança nas fronteiras como a GNR ou o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) necessitam de reforço de profissionais preparados para fazer um primeiro despiste.

"Não basta fazer a identificação dos cidadãos que entram, da sua proveniência e do seu destino. Todos conhecemos relatos divulgados nas redes sociais de um conjunto de utilizadores que passam nas nossas fronteiras e não têm nenhum controlo", explicou.

O governante alertou para o facto de a região ter um "índice de envelhecimento elevado", onde em cada jovem há três idosos, o que constitui um "risco exponencial" não só pela idade, mas pelas doenças crónicas dos cidadãos mais velhos.

Apesar das barreiras físicas colocadas nas estradas do concelho que fazem ligação a Espanha, Nuno Vaz alertou ainda para a "grande tradição de contrabando que faz com que as pessoas conheçam outras vias alternativas" e apela ao apoio do exército.

"Que se convoquem os militares, pois vivemos um estado de emergência e esta é uma verdadeira guerra, não é tradicional, mas se é uma guerra também se devem convocar as forças armadas", atirou.

Nuno Vaz entende que além do controlo sanitário, devem haver esforços para a fiscalização do cumprimento dos isolamentos obrigatórios.

"Temos de ter a capacidade de verificar se as quarentenas estão ou não a ser cumpridas. O que está a acontecer são bombas relógio, estão a espalhar o vírus e é um crime de saúde pública", alertou.

A autarquia de Chaves criou instrumentos como uma linha de emergência para que sejam entregues bens de primeira necessidade e medicamentos a todos os que estão impedidos de sair de casa, acrescentou.

Em Portugal, há 43 mortes, mais 10 do que na véspera (+30,3%), e 2.995 infeções confirmadas, segundo o balanço feito hoje pela Direção-Geral da Saúde, que regista 633 novos casos em relação a terça-feira (+26,8%).

Dos infetados, 276 estão internados, 61 dos quais em unidades de cuidados intensivos, e há 22 doentes que já recuperaram.

Portugal, onde os primeiros casos confirmados foram registados no dia 02 de março, encontra-se em estado de emergência desde as 00:00 de 19 de março e até às 23:59 de 02 de abril.

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