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Ferro Rodrigues lamenta morte do músico Pedro Barroso

O presidente da Assembleia da República, Ferro Rodrigues, lamentou hoje a morte do músico Pedro Barroso, de quem era amigo, e que recordou como "uma das figuras mais importantes da música popular portuguesa".

Ferro Rodrigues lamenta morte do músico Pedro Barroso
Notícias ao Minuto

17:02 - 17/03/20 por Lusa

País Ferro Rodrigues

"Acabo de ser informado do falecimento de Pedro Barroso, autor, músico e intérprete que conhecia há mais de 50 anos e de quem tive a honra de ser amigo. Pedro Barroso foi, sem dúvida, uma das figuras mais importantes da música popular portuguesa", refere a segunda figura do Estado, numa mensagem de pesar enviada à Lusa.

O presidente da Assembleia da República transmitiu, em seu nome e do parlamento, "o mais sentido pesar e fraterna solidariedade" à família e deixa uma palavra de agradecimento a Pedro Barroso.

"Pela sua atividade enquanto músico de intervenção, e, bem assim, pela defesa intransigente dos direitos dos autores, é enorme a minha gratidão", refere.

O músico e pintor Pedro Barroso, de 69 anos, morreu hoje de madrugada num hospital de Lisboa, disse à agência Lusa o seu filho, também músico, Nuno Barroso.

Pedro Barroso, intérprete de êxitos como "Menina dos Olhos D' Água", festejou em dezembro passado 50 anos de carreira.

O músico deixou gravado um álbum, "Novembro", a editar "em breve", segundo a discográfica Ovação.

Homem de música e palavras", assim se definia o músico Pedro Barroso, também artista plástico, pintor, que morreu hoje, em Lisboa, aos 69 anos, depois de ter celebrado, em dezembro, 50 anos de carreira, num "concerto de despedida".

"Cesso atividade como músico, não me retirando obviamente, nem como homem das ideias, nem das artes, nem das palavras. E da diferença. Não abandono a intervenção crítica, nem a cidadania", escreveu então.

No passado dia 08 de março o seu filho, Nuno Barroso, deu conta, nas redes sociais, da entrada do músico num hospital de Lisboa, "em fase terminal".

Pedro Barroso deixou preparada a edição de um novo disco, intitulado "Novembro", pronto a sair "tão breve quanto possível", segundo o seu editor, Fernando Matias, que adiantou à Lusa que o CD inclui um dueto com o músico Patxi Andión, que morreu em dezembro último.

Para Pedro Barroso, que se estreou no programa televisivo "Zip Zip", em 1969, "Novembro" constituiria a sua "despedida das canções".

O músico atuou por todo o país e efetuou concertos em Espanha, França, Croácia, Canadá, Estados Unidos, Brasil, Países Baixos, Bélgica, Suécia, Suíça, Luxemburgo, Hungria, Alemanha e China, em 50 anos de carreira.

Pedro Barroso nasceu em Lisboa, em 28 de novembro de 1950, numa família de Riachos, Torres Novas, onde viveu desde a infância, e que sempre considerou a sua terra natal.

Estudou música na Fundação Musical Amigos das Crianças, para onde entrou em 1959, prosseguiu-os como autodidata, e retomou-os na década de 1980, com a pianista Maria Luísa Bruto da Costa.

Em 1964, através da escritora Odette de Saint-Maurice, fez teatro radiofónico na ex-Emissora Nacional, altura em que, influenciado, por cantores franceses como Barbara, Gilbert Bécaud, Charles Aznavour, Edith Piaf, George Brassens e Leo Ferré, começou a compor e a cantar.

Estreou-se em 1969 no programa televisivo "Zip-Zip", acompanhado por Pedro Caldeira Cabral (guitarra portuguesa) e Pedro Alvim (viola).

O primeiro disco, o EP "Trova-dor", saiu em 1970, ainda sob o patrocínio do "Zip-Zip".

Sem nunca esconder a oposição à ditadura do Estado Novo, nas suas composições, após o 25 de Abril de 1974 participou ativamente nas Campanhas de Dinamização Cultural do Movimento das Forças Armadas (MFA), pelo país.

Entre 1979 e 1981 fez o programa "Musicartes-Etnomusicologia e Património Cultural", na RDP-Antena 2.

Em 1982, foi autor e apresentador, na RTP1, do programa "Musicarte", ao qual se seguiu, em 1988, no mesmo canal, "Tempo de Ensaio".

Na altura tinha já lançado o seu primeiro álbum, "Lutas Velhas Canto Novo" (1976), ao qual se seguiu um segundo LP, "Água Mole em Pedra Dura" (1978), que incluía um poema de José Saramago ("Afrodite"/"Nasce Afrodite, Amor, Nasce O Teu Corpo"), musicado por si.

É também autor dos livros "Contos Falados" (1996), "Das Mulheres e do Mundo" (2003), "Contos Anarquistas" (2009), "Memória Inútil de Mim" (2012), "Palavras Malditas" (2013).

Promoveu o chamado "Manifesto sobre o estado da Música Portuguesa", que viria a abrir caminho à legislação em vigor, sobre quotas de emissão.

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