"Grande problema do povo é trabalho e pão na mesa"
O antigo presidente do CDS Adriano Moreira disse, esta sexta-feira, no Porto, que "o grande problema do povo português, neste momento, é trabalho e pão na mesa", algo que, acrescentou, tem a ver com a "dignidade humana".
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País Adriano Moreira
Adriano Moreira falava em Serralves, na primeira de dez conferências do ciclo "O Estado das Coisas/As Coisas do Estado", que contou ainda com o presidente da Câmara Municipal do Porto, Rui Moreira.
Perante um auditório lotado, o que, no seu entender, significa que "a sociedade civil está em movimento, o também investigador realçou que Portugal desde sempre precisou de ter apoio externo", que começou logo com Afonso Henriques, quando este rei, recordou, "foi ter com o papa".
"Portugal" é um país exíguo", que hoje vive "uma situação que se aproxima do protetorado", o que para Adriano Moreira devia levar-nos a "pensar na estrutura do Estado".
"Portugal é um país submisso a decisões externas em que não participamos", afirmou, declarando-se "incomodado" por ver ministros portugueses "prestarem contas a três empregados" das instituições internacionais que fazem parte da 'troika'.
Adriano Moreira afirmou, por outro lado, que os "partidos precisam de se refundar", porque hoje "o mundo é outro", defendendo que a "sociedade civil precisa de participar realmente nas decisões do governo".
"Vejo com grande satisfação que a sociedade civil está a movimentar-se", disse.
Adriano Moreira referiu-se também ao "ataque que é feito ao princípio do Estado Social", sustentando que "atirar os princípios pela janela é a mesma coisa que atirar a esperança pela janela e a comunhão de afetos".
"Se nós não salvaguardarmos a comunhão dos afetos vai ser muito difícil sairmos da crise. Temos que fazer isso. A sociedade civil tem que se movimentar e felizmente está a fazê-lo", acrescentou.
Rui Moreira concordou que Portugal está hoje "debaixo de tutela" estrangeira, tal como havia afirmado Adriano Moreira, que usou, porém, o termo "protetorado".
"Não temos neste momento plena soberania", reforçou o autarca portuense.
Na sua opinião, por outro lado, o atual sistema político-partidário "precisa de uma alteração profunda" porque "não é capaz de resolver os problemas" portugueses.
Rui Moreira alertou, contudo, para o risco do país se deixar seduzir por uma "tentação populista e demagógica" e para os problemas relacionados com a "democracia direta" que, a seu ver, levam inevitavelmente a uma redução das liberdades e das garantias.
Comissariado por Paulo Cunha e Silva, que foi programador do Porto 2001 Capital Europeia da Cultura e é o atual vereador da Cultura da Câmara do Porto, o ciclo "O Estado das Coisas/As Coisas do Estado" conta com um painel de nomes conhecidos, nomeadamente do espetro político-partidário.
António Costa, António Lobo Xavier, José Gil, Miguel Cadilhe, Maria de Lurdes Rodrigues, Pacheco Pereira e os ministros António Pires de Lima, José Pedro Aguiar-Branco, Miguel Poiares Maduro e Paulo Portas são alguns dos conferencistas anunciados.
O ciclo realiza-se no auditório da Fundação de Serralves e termina a 27 de fevereiro.
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