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"Há empresas farmacêuticas que estão a ter um comportamento estranho"

Francisco Louçã comentou o surto do novo coronavírus no seu espaço na SIC Notícias.

"Há empresas farmacêuticas que estão a ter um comportamento estranho"
Notícias ao Minuto

23:17 - 28/02/20 por Notícias Ao Minuto

País Francisco Louçã

Francisco Louçã falou acerca do assunto que está a dominar a atualidade em todo o mundo no seu espaço de comentário das sextas-feiras na SIC Notícias - o novo coronavírus Covid-19. O comentador começou por considerar que "as autoridades mundiais e o Governo português têm tratado estas ameaças com preocupação e com cautela".

Apesar disso, "é claro que é uma pandemia, vai-se alastrar, [e] é evidente que é muito fácil o contágio por este vírus, muito mais do que outro tipo de vírus que ocorreram noutros momentos". 

Já quanto a medidas que se devem tomar, para Louçã estas "devem ser ponderadas ao longo do tempo". "Já houve países em que fecharam as escolas, deixou de haver espetadores nos grandes espetáculos desportivos ou outros. Já houve medidas muito diferenciadas conforme o grau de incidência", sublinhou. 

Fazendo um paralelo entre este novo surto e aqueles que já assolaram a humanidade no passado, o comentador referiu que em Portugal, no inverno passado, morreram 3300 pessoas com gripe: "No inverno anterior 3700. Presume-se, portanto, que haveria cerca 3 a 4 milhões de pessoas que tiveram gripe, mas a taxa de mortalidade é muito pequena".  

No Covid-19, que agora conhecemos, "a taxa de mortalidade é muito superior, vinte vezes superior. Uma em 50 pessoas". "Quando olhamos para outras epidemias... esta é mais grave. A Gripe das Aves, em 1997, no primeiro ano matou quatro pessoas. Ao longo dos dez anos seguintes matou 450. Era muito difícil o contágio, mas a mortalidade era elevadíssima", apurou ainda.  

Já com "o SARS, em 2003, morreram mil pessoas". "Um terço das que já morreram no princípio desta pandemia". E no ano passado, na "segunda vaga da pandemia do ébola morreram 360 pessoas". Assim, "são doenças com uma enorme mortalidade mas têm um contágio menos rápido e menos espalhado"

"Acho que devemos ter uma informação plena que se trata de uma gripe com consequências virais muito graves, particularmente em pessoas que são muito vulneráveis do ponto de vista de saúde. Deve haver um serviço de retaguarda nos hospitais e é preciso que haja procedimentos das pessoas", frisou.

Além das consequências sociais como o cancelamento de eventos ou os jogos de futebol em Itália que se vão realizar sem público, há também as económicas: "É claro que isto vai ter um efeito muito grande nas cadeias de fornecimento e, portanto, vai provocar uma redução da produção, de automóveis, telemóveis e equipamentos com base de produção na China". 

Mas, para o fundador do Bloco de Esquerda, "há empresas farmacêuticas que estão a ter um comportamento estranho a este respeito", uma vez que "não há uma única das grandes farmacêuticas mundiais que esteja envolvida na preparação de uma vacina" para o novo coronavírus, "porque entendem que é pouco interessante e é caro". 

De recordar que foram sete os novos casos suspeitos do novo coronavírus registados nas últimas 24 horas em Portugal, avançou a Direção-Geral da Saúde (DGS) no último balanço publicado. 

O nosso país não registava, até às 18 horas desta sexta-feira, casos confirmados de infeção por Covid-19.

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