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Petição contra Museu Salazar deu entrada no Parlamento

Uma petição contra a construção do Museu Salazar, iniciada pela União de Resistentes Antifascistas Portugueses (URAP) e assinada por cerca de 11 mil cidadãos, foi hoje entregue na Assembleia da República.

Petição contra Museu Salazar deu entrada no Parlamento
Notícias ao Minuto

17:50 - 28/02/20 por Lusa

País URAP

Alguns membros da direção da URAP, juntamente com outros subscritores da petição, foram hoje recebidos pelo vice-presidente da Assembleia da República António Filipe (PCP), no âmbito da entrega da petição que rejeita a construção do Museu Salazar, em Santa Comba Dão.

No ano passado, a Câmara de Santa Comba Dão, no distrito de Viseu, fez um anúncio relativo à requalificação da Escola Cantina Salazar, com o objetivo de aí instalar o Centro Interpretativo do Estado Novo.

A petição solicita à Assembleia da República que tome medidas que impeçam a sua concretização "ao abrigo do preâmbulo e o n.º 4 do artigo 46.º da Constituição, que proíbe as organizações que perfilhem a ideologia fascista".

Marília Villaverde Cabral, coordenadora da URAP, disse à Lusa que a associação vê com "grande preocupação" a construção do museu, considerando que este "não tem lugar num Portugal democrático".

A coordenadora sublinhou que a URAP não se posiciona contra a construção de museus pedagógicos, incentivando todas as iniciativas que tentem explicar "o que foi o fascismo e também o que foi a resistência".

"O que nos parece muito errado é que se faça na terra do Salazar", argumentou, antecipando que o museu possa vir a ser "um local de romagem dos saudosistas do passado, um lugar de culto".

Para a URAP, a criação deste museu iria "materializar um pólo de saudosismo fascista e de revivalismo do regime ilegal e opressor derrubado em 25 de Abril de 1974 e não seria um fator de desenvolvimento do concelho nem uma instituição de carácter científico, mas sim uma organização centrada na propaganda do regime corporativo-fascista do Estado Novo e do ditador Salazar", acrescenta o comunicado.

António Oliveira Salazar nasceu no Vimieiro, uma freguesia do concelho de Santa Comba Dão, mas a criação de um espaço dedicado àquele período da história portuguesa não tem sido pacífica ao longo dos anos.

Segundo o Regimento da Assembleia da República, depois de passar pelo gabinete do Presidente do parlamento e verificados os requisitos formais para a sua admissão, a petição baixará à comissão parlamentar competente.

Ouvidos os peticionários, a comissão elaborará um relatório sobre o texto passando depois a debate no plenário.

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