PGR abre inquérito ao caso de Marega
A Procuradoria-Geral da República confirmou a abertura de um inquérito aos insultos de que foi alvo o jogador do FC Porto, Marega.
© Global Imagens
País Marega
A Procuradoria-Geral da República confirmou ao Notícias ao Minuto, esta segunda-feira, a abertura de um inquérito ao caso de Marega. O processo corre nos termos no Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Guimarães.
Recorde-se que o jogador dos dragões foi alvo de insultos racistas, no domingo, ao minuto 71 do jogo da 21.ª jornada da I Liga, entre o FC Porto e a formação vimaranense.
Visivelmente incomodado com as palavras da claque do Vitória SC, o jogador pediu para ser substituído. De imediato começaram a ouvir-se reações de vários quadrantes da sociedade, a maioria em defesa do atleta e contra a manifestação de qualquer forma de racismo.
A PSP está analisar as imagens de videovigilância para que "rapidamente se consiga identificar o aparente elevado número de pessoas que participaram nos cânticos racistas" ao futebolista Marega, do FC Porto, revelou hoje o diretor nacional daquela polícia.
O superintendente-chefe Magina da Silva, à margem da tomada de posse do número dois da Polícia e do comandante da Unidade Especial de Polícia (UEP), considerou um comportamento "inadmissível" a situação que envolveu o jogador de futebol do FC Porto Marega por ter ouvido cânticos e gritos racistas de adeptos da formação vimaranense.
Segundo o diretor nacional da PSP, em causa podem estar eventualmente dois tipos de infrações, designadamente uma que é um crime previsto e punido pelo Código Penal e outra que é uma contraordenação no âmbito desportivo da lei do combate à violência no desporto. Magina da Silva frisou que vão ter de "responder nestas duas sedes quando forem identificados".
O diretor nacional da PSP disse também que a divulgação de mensagens racistas dentro de um campo de futebol é inédita com "esta dimensão e estes efeitos", mas "infelizmente já aconteceu pontualmente noutras circunstâncias".
Também o secretario de Secretário de Estado Adjunto e da Administração Interna, Antero Luís, que presidiu à cerimónia de tomada de posse do diretor nacional adjunto para a Unidade Orgânica de Operações e Segurança (UOOS) e do comandante da UEP, considerou "uma situação intolerável" o que se passou no domingo no estádio do Guimarães.
"A PSP está a fazer a identificação de todas as pessoas que se encontravam naquela bancada para tentá-las levar à justiça, seja desportiva, seja a justiça criminal. É esse o trabalho que está a ser feito e esperamos chegar a bom porto e depois as autoridades judiciárias decidiram em conformidade", disse à Lusa Antero Luís.
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