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Viana exige reavaliação da lei por "não ter solução" para cães vadios

O presidente da Câmara de Viana do Castelo exigiu hoje a reavaliação da lei que proíbe o abate de animais saudáveis, que esgotou a capacidade dos canis e criou um "problema complexo" e sem "solução" causado por cães vadios.

Viana exige reavaliação da lei por "não ter solução" para cães vadios
Notícias ao Minuto

12:27 - 13/02/20 por Lusa

País Viana do Castelo

preciso, de uma vez por todas, que haja uma reavaliação desta legislação. Que a Assembleia da República ouça a Direção Geral de Veterinária e a Ordem dos Veterinários para se aconselhar com os principais interessados na qualidade de vida e bem-estar animal", afirmou José Maria Costa.

Questionado pela agência Lusa, a propósito das mais de 30 cabras e ovelhas foram mortas nos últimos 15 dias por uma matilha de cães vadios em quatro freguesias do concelho, o autarca socialista garantiu não ter "solução para acabar com o que considerou ser um "problema complexo".

"Nós não temos solução. Se abrirmos um novo canil para 100 animais, dentro de três a quatro meses está completamente esgotado. Isto está a passar-se no país todo. Vamos gerindo consoante as possibilidades que temos e os nossos meios. Enquanto não tivermos uma solução temos de defender a eutanásia dos animais. Não temos outra alternativa", reforçou.

O canil intermunicipal do Alto Minho, instalado em Ponte de Lima, funciona desde dezembro de 2008. Além dos 10 concelhos do Alto Minho, (Arcos de Valdevez, Caminha, Melgaço, Monção, Paredes de Coura, Ponte da Barca, Ponte de Lima, Valença, Viana do Castelo e Vila Nova de Cerveira), a estrutura serve ainda o município de Esposende, no distrito de Braga.

Em novembro, a Comunidade Intermunicipal (CIM) do Alto Minho informou que o canil intermunicipal registou, no último ano, uma "diminuição considerável" na capacidade de alojamento de animais errantes, estimando-se em cerca de 300 os animais em lista de espera.

Em resposta escrita a um pedido de esclarecimento enviado pela agência Lusa, a CIM do Alto Minho, que gere o canil, referiu que "o número de animais alojados permanece idêntico em termos médios anuais, uma vez que canil tem funcionado, regra geral, no limiar da capacidade de carga, isto é, entre 90 a 100 cães".

Hoje, no final da reunião camarária de Viana do Castelo, José Maria Costa disse entender a "bondade" da lei que entrou em vigor em 2018, mas defendeu que antes de uma "decisão com esta profundidade" deveriam ter sido "preparadas medidas" como "programas de promoção da adoção de animais ou de responsabilização de pessoas e entidades".

"Depois os problemas sobram sempre para os mesmos, os municípios que, em última linha, têm de os resolver", lamentou, o também líder da CIM do Alto Minho.

Disse que a sobrelotação dos canis municipais é transversal a todo o país.

"Temos todos os municípios do país confrontados com a lotação esgotada dos canis municipais e não temos solução para o problema. Por vezes é fácil legislar na Assembleia da República quando não se tem a noção clara dos problemas e constrangimentos que existem", referiu.

Hoje, contactada pela Lusa, fonte da GNR adiantou que mais de 30 cabras e ovelhas foram mortas nos últimos 15 dias por uma matilha de cães vadios em quatro freguesias do concelho de Viana do Castelo.

A fonte do Comando Territorial da GNR de Viana do Castelo revelou que "hoje, cerca das 11:00, foi denunciado um ataque por quatro cães vadios a um rebanho que se encontrava num terreno privado situado na União de Freguesias de Torre e Vila Mou, que resultou numa ovelha ferida".

Na quarta-feira, adiantou a fonte da GNR, foi reportado por "um habitante da aldeia de Moreira de Geraz do Lima, novo ataque, por cinco cães vadios a um rebanho que se encontrava num terreno agrícola vedado, tendo sido mortas dez cabeças de gado".

"Foi solicitada a presença dos militares do posto de Lanheses para tomarem conta da ocorrência", afirmou aquela fonte.

No dia 08 de fevereiro, o ataque denunciado à GNR ocorreu em São Salvador da Torre, por quatro cães, que feriram duas ovelhas".

De acordo com os registos da GNR, no dia 04 de fevereiro, em Nogueira, foi formalizada nova denúncia de um ataque de cães que matou dez animais e feriu três".

O primeiro caso registado este mês ocorreu na madrugada de 31 de janeiro para 01 de fevereiro, resultando na morte de 17 cabras numa exploração agrícola em Geraz do Lima, Viana do Castelo.

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