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Futuro dos media? Tecnologia é a "palavra-chave", diz Ricardo Costa

O diretor-geral de informação da Impresa, Ricardo Costa, considerou hoje que "não é possível olhar para o futuro" dos media "sem perceber como a tecnologia" impacta o setor, considerando que a tecnologia é a "palavra-chave".

Futuro dos media? Tecnologia é a "palavra-chave", diz Ricardo Costa
Notícias ao Minuto

15:26 - 28/01/20 por Lusa

País Media

Ricardo Costa falava num painel sobre 'The media of power, the power of media', no âmbito da conferência 'Building the future', organizada pela Microsoft Portugal.

"Estou um pouco cansado" de falar sobre "o futuro do jornalismo, não porque a questão não seja importante", mas porque "devemos olhar para o que é mais importante", começou por dizer Ricardo Costa.

"A palavra-chave é tecnologia", afirmou, isto porque ela "transforma qualquer setor da sociedade e qualquer setor económico".

Por isso, "não é possível olhar para o futuro dos media sem perceber como a tecnologia nos impacta", salientou Ricardo Costa.

Sobre as "'big tech'" [grande tecnológicas], o jornalista lembrou que a "vida tem corrido bem" a empresas como a Google, Facebook, Youtube, entre outras tecnológicas, "mas acabaram por pisar em duas áreas sensíveis" no âmbito do poder político: impostos e eleições.

Para Ricardo Costa, "já esteve mais longe" que as grandes tecnológicas não tivessem de pagar impostos nos países onde ganham receitas, numa alusão à taxa digital, que afeta as denominadas GAFA, acrónimo para designar o grupo Google, Apple, Facebook e Amazon, que França quer aplicar, como também o Reino Unido.

Para o diretor-geral de informação, este é um tema alvo de atenção durante este ano: se França e Reino Unido avançam com a taxa digital e o que é que Bruxelas vai fazer sobre o assunto.

Outro dos temas em atenção são as eleições norte-americanas. O resultado destes dois temas vai condicionar "a frente política, regulatória e fiscal", considerou.

Criticou ainda as gigantes tecnológicas pelo papel que tiveram durante muito tempo na desresponsabilização de disseminação de conteúdos de desinformação, apontando que os tempos mudaram neste âmbito.

"Ninguém pode dizer que não tem responsabilidade quando monetizam com isso, ganham dinheiro, e é essa alteração que acho que vai acontecer", apontou, considerando que esta inversão irá beneficiar os media.

Reiterou que os conteúdos de media grátis foram um "grande erro", considerando que "vai ter que haver um reequilíbrio" na distribuição de receitas da parte das grandes empresas tecnológicas.

Também o presidente do Conselho de Administração da RTP, Gonçalo Reis, considerou que "alguma coisa vai ter de ser reequilibrada" no que diz respeito às 'big tech', pois tratam-se de "entidades que tiram partido de conteúdos que não produzem, é toda uma realidade com impacto enorme".

Gonçalo Reis destacou que a tecnologia permite hoje "transmitir muito mais conteúdos" e isso beneficiou o setor dos media: "Temos todos de investir mais em tecnologia" e também apostar em "trabalhar em parcerias", acrescentou.

"Acho que estamos claramente a construir o futuro", afirmou, por sua vez, Nuno Ferreira Pires, presidente executivo da Sport TV.

Para o gestor, a questão não são os conteúdos, uma vez que o "setor está no bom caminho naquilo que é o seu 'core business' [negócio central]". "Acho que o problema está na gestão do setor", apontou.

Para Pedro Ribeiro, da Rádio Comercial, "as tecnologias são mais do que nunca um aliado" para os media e a "oferta nunca foi tão grande e tão boa".

A rádio "foi a que mais depressa se adaptou" à Internet e hoje "é cada vez mais um concorrente das televisões como também da imprensa", considerou.

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