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Montijo: Viabilização do aeroporto não foi surpresa. "É uma má opção"

O presidente da Associação de Municípios da Região de Setúbal (AMRS) afirmou hoje que a Declaração de Impacto Ambiental (DIA) que dá luz verde ao novo aeroporto do Montijo não constitui surpresa porque foi um "resultado predeterminado".

Montijo: Viabilização do aeroporto não foi surpresa. "É uma má opção"
Notícias ao Minuto

13:06 - 22/01/20 por Lusa

País Montijo

"Vimos a publicação desta DIA sem surpresa porque é um resultado anunciado e, verdadeiramente, predeterminado, porque o anúncio de que o aeroporto [do Montijo] iria ser construído foi feito pelo Governo e pela ANA/VINCI há já algum tempo. Isto veio apenas confirmar o que já se previa", disse à agência Lusa Rui Garcia.

"Pensamos que se trata de uma má opção e que esta declaração não responde a questões essenciais, provavelmente, porque não há resposta possível a algumas das questões", acrescentou o autarca da CDU, convicto de que a melhor solução para a região e para o país seria a construção de um novo aeroporto no campo de tiro de Alcochete.

A Agência Portuguesa do Ambiente (APA) confirmou na terça-feira a viabilidade ambiental do novo aeroporto no Montijo, projeto que recebeu uma decisão favorável condicionada em sede de DIA.

O presidente da AMRS salientou o facto de a DIA da Agência Portuguesa do Ambiente (APA) reconhecer alguns impactos ambientais resultantes da construção do novo aeroporto complementar do Montijo e impor algumas condições para os minimizar.

Contudo, considerou que "são medidas de mitigação mínimas e, em alguns casos, incapazes de resolver qualquer problema de impacto ambiental".

"No que diz respeito aos impactos, muito significativos, de poluição sonora, sobre algumas dezenas de milhar de pessoas, aquilo que aqui se propõe é adiar para soluções futuras, com uma verba residual que não será capaz de resolver problemas de fundo", disse.

"Depois, há outros fatores que não deviam acontecer assim: fala-se na necessidade de rever o PROT-AML (Plano Regional de Ordenamento do Território da Área Metropolitana de Lisboa), de rever PDMs (Planos Diretores Municipais) e estamos a andar ao contrário. Deviam ser os planos de ordenamento a serem feitos primeiro, a definir estratégias, a definir o ordenamento do território e só depois se avançava para as grandes infraestruturas, como foi feito para o campo de tiro de Alcochete, em que houve uma revisão do PROT-AML, que foi feita há uma década, mas ficou na gaveta", acrescenta Rui Garcia.

Para o presidente da AMRS, o problema das acessibilidades ao novo aeroporto também não será suficientemente resolvido com as medidas propostas pela DIA.

"Penso que está à vista de toda a gente que, face àquilo que é já hoje a intensidade de tráfego na Ponte Vasco da Gama, a construção de um aeroporto, mesmo sendo um aeroporto complementar em qualquer ponto da margem sul, vai impor àquela via uma carga acrescida da tráfego que ela será incapaz de suportar em boas condições", advertiu.

"Vamos ter, ao fim de pouco tempo, a Ponte Vasco da Gama tão congestionada como temos hoje a Ponte 25 de abril. É mais um estrangulamento à margem sul", frisou Rui Garcia.

Para o presidente da AMRS, o aumento da frota para o transporte fluvial entre o cais do Seixalinho (Montijo) e Lisboa, imposto pela DIA (aquisição de dois navios de propulsão elétrica), é bem-vindo, mas não vai resolver o problema das acessibilidades entre o futuro aeroporto do Montijo e a capital.

"O transporte fluvial não resolve os problemas, não tem capacidade para transportar grandes massas de pessoas. É sempre bem-vindo o acréscimo desse meio de transporte, mas não será isso que irá resolver esta questão".

"Continuamos a adiar soluções e a pôr problemas em cima dos problemas que já temos", concluiu o presidente da Associação de Municípios da Região de Setúbal.

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