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"Isto bateu no fundo. Nunca vi a PSP como está neste momento"

António Ramos, antigo presidente do Sindicato dos Profissionais da Polícia, juntou-se à vigília, desta terça-feira, convocada pelo Movimento Zero no Aeroporto de Lisboa.

"Isto bateu no fundo. Nunca vi a PSP como está neste momento"
Notícias ao Minuto

11:45 - 21/01/20 por Notícias Ao Minuto com Lusa

País Maniestação

Vários elementos da PSP e da GNR realizam hoje protestos em simultâneo em Braga, Lisboa e Faro, numa ação convocada pelos sindicatos. Ao lado do Movimento Zero (M0) - que também inicia esta terça-feira uma vigília nos aeroportos portugueses - António Ramos, antigo presidente do Sindicato dos Profissionais da Polícia, reforçou a falta de condições que os polícias enfrentam há vários anos. 

"Isto bateu no fundo. Nunca vi a PSP como está neste momento, tanto a nível de meios como de efetivos", afirmou, em direto para as televisões do Aeroporto de Lisboa. 

António Ramos ainda salientou que os polícias "estão completamente desmotivados", pela "falta de respeito" com que têm sido tratados nos últimos anos. 

"Por parte dos partidos do Parlamento, não há uma única voz que defenda a segurança ou os polícias", vincou o antigo dirigente, que foi um dos responsáveis pela fundação do movimento sindical na PSP há cerca de duas décadas. 

Questionado pelos jornalistas sobre o propósito de realizar uma manifestação e vigília quando ainda ocorrem negociações entre os sindicatos e o Governo, António Ramos defendeu que estas reuniões apenas servem para "empatar os polícias". 

"Estas negociações é só para empatar. Isto já se arrasta há anos. São mais manobras para empatar os polícias. Assim, não vamos a lado nenhum"

Sobre a aparente fraca adesão à vigília onde se encontrava, António Ramos apontou que há milhares de agentes e militares a manifestarem-se por todo o país e que não podem estar em todos no mesmo local. 

O ex-presidente do Sindicato dos Profissionais da Polícia ainda culpou a nova lei sindical pela fraca capacidade de mobilização sentida neste protesto. 

"A culpa também é deste aborto de lei sindical que foi aprovada em Parlamento. Neste momento os polícias não conseguem reunir os seus órgãos porque nem sequer têm delegados. Não temos direito à greve portanto é difícil a mobilização. Se tivéssemos bastava decretar o pré-aviso de greve e o pessoal aderia ou não. Agora desta forma é muito difícil", sustentou. 

Entre as reivindicações na base dos protestos estão o pagamento do subsídio de risco, atualização salarial e dos suplementos remuneratórios, criação de legislação relacionada com higiene e saúde, aumento do efetivo e mais e melhor equipamento de proteção pessoal.

As concentrações de hoje vão dar início aos protestos que os elementos da PSP e GNR pretendem organizar mensalmente até que o Governo responda às reivindicações, estando a ser ponderadas a entrega das armas de serviço e uma greve de zelo.

No âmbito do calendário de negociações com os sindicatos e as associações socioprofissionais das forças de segurança, já se realizaram três reuniões no Ministério da Administração Interna sobre pagamento dos retroativos dos suplementos não pagos em período de férias, plano plurianual de admissões e suplementos remuneratórios, estando previstas outras duas a 13 de fevereiro, sobre a lei de programação das infraestruturas e equipamentos das forças e serviços de segurança, e outra a 05 de março, sobre segurança e saúde no trabalho.

O ministro Eduardo Cabrita já anunciou o recrutamento de 10 mil elementos para a PSPGNR e SEF até 2023 no âmbito do plano plurianual da admissão.

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