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Rosa Grilo "está tranquila". "Tem noção de tudo o que poderá acontecer"

Advogada de Rosa Grilo comentou o estado de espírito da arguida à entrada do Tribunal de Loures, no dia em que é lido o acórdão. Rosa Grilo e António Joaquim estão ambos acusados da coautoria do homicídio de Luís Grilo.

Rosa Grilo "está tranquila". "Tem noção de tudo o que poderá acontecer"
Notícias ao Minuto

14:04 - 10/01/20 por Melissa Lopes

País Justiça

"[Rosa Grilo] está tranquila, tem noção de tudo o que pode acontecer", disse Tânia Reis à entrada do Tribunal de Loures, onde vai ser lido esta sexta-feira o acórdão. 

A advogada de Rosa Grilo realçou que está menos confiante na absolvição da sua constituinte, tendo em conta a libertação antecipada de António Joaquim. 

A esperança na absolvição "é reduzida", afirmou aos jornalistas, lembrando que a condenação pode ir dos 17 aos 25 anos de prisão. "Tudo é possível", frisou, "dependendo da fundamentação do acórdão". 

A advogada disse ainda sempre ter acreditado na versão de Rosa Grilo de que o marido fora assassinado por três angolanos, criticou aspectos que não foram "explorados" na investigação e  defendeu que os dois arguidos deviam ter permanecido ambos em prisão preventiva até à leitura do acórdão, ou ambos sido libertados, como fora António Joaquim que se encontra atualmente só com termo de identidade e residência. 

Nas alegações finais, realizadas em 26 de novembro de 2019, o procurador do Ministério Público (MP), Raul Farias, pediu a condenação dos arguidos a penas de prisão superiores a 20 anos, enquanto as defesas apontaram falhas à investigação da Polícia Judiciária e pediram a absolvição dos constituintes.

Na acusação, o MP atribui a António Joaquim, entretanto posto em liberdade, a autoria do disparo sobre Luís Grilo, na presença de Rosa Grilo, que se mantém em prisão preventiva, no momento em que o triatleta dormia no quarto de hóspedes na casa do casal, na localidade de Cachoeiras, Vila Franca de Xira (distrito de Lisboa).

O crime terá sido cometido para poderem assumir a relação amorosa e beneficiarem dos bens da vítima - 500.000 euros em indemnizações de vários seguros e outros montantes depositados em contas bancárias tituladas por Luís Grilo, além da habitação.

O despacho de acusação do MP, divulgado pela Lusa em 26 de março de 2019, conta que, em 15 de julho de 2018, os dois arguidos, de 43 anos, após trocarem 22 mensagens escritas em três minutos, "combinando os últimos detalhes relativo ao plano por ambos delineado para tirar a vida de Luís Grilo", acordaram desligar os respetivos telemóveis.

Numa hora não apurada, mas entre essa noite e a manhã do dia seguinte, "em execução do plano comum que já haviam acordado há pelo menos sete semanas", António Joaquim, dirigiu-se à casa onde residiam Luís Grilo e Rosa Grilo, com uma arma de fogo municiada.

A acusação relata que o arguido entrou na residência "com o conhecimento" da arguida e que ambos se dirigiram ao quarto de hóspedes, localizado no primeiro andar, onde Luís Grilo dormia.

No dia após a morte do triatleta, António Joaquim começou a frequentar a casa de Rosa Grilo, "não obstante estarem em curso diligências tendentes à localização do paradeiro de Luís Grilo por familiares, amigos e autoridades policiais", segundo a acusação.

O corpo foi encontrado com sinais de violência e em adiantado estado de decomposição mais de um mês após o desaparecimento, a cerca de 160 quilómetros da sua casa, na zona de Benavila, concelho de Avis, distrito de Portalegre.

Na acusação, o MP pede que seja aplicada a Rosa Grilo a pena acessória da declaração de indignidade sucessória (sem direito a herança) e a António Joaquim (oficial de justiça) a pena acessória de suspensão de exercício de funções públicas.

O MP, em representação do filho menor de Rosa Grilo e do triatleta, apresentou um pedido de indemnização civil de 100 mil euros contra os arguidos.

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