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Marinha registou 142 casos e salvou 92 vidas no mar dos Açores em 2019

A Marinha Portuguesa, através do Centro de Coordenação de Busca e Salvamento Marítimo de Ponta Delgada, registou 142 casos e salvou 92 vidas no mar dos Açores em 2019, avançou hoje o gestor de operações do centro.

Marinha registou 142 casos e salvou 92 vidas no mar dos Açores em 2019
Notícias ao Minuto

19:09 - 08/01/20 por Lusa

País Açores

"Estes alertas [638 em 2019] deram origem à abertura de 142 casos SAR [de busca e salvamento, do inglês 'search and rescue'], dos quais 129, efetivamente, na nossa área de responsabilidade. Como resultado, tivemos 92 vidas salvas ou assistidas no mar, resultado destas ações", afirmou o gestor do Centro de Coordenação de Busca e Salvamento Marítimo de Ponta Delgada (MRCC Delgada), Paulo Lourenço, no balanço da atividade operacional do ano passado.

Em conferência de imprensa, em Ponta Delgada, na ilha de São Miguel, Paulo Lourenço revelou que as ações de busca e salvamento tiveram uma taxa de sucesso de 99% em 2019, percentagem que aumentou 4,5% nos últimos quatro anos.

"Não é 100% porque, efetivamente, houve uma vida perdida. Um caso de uma embarcação, navio mercante, que vinha da área inglesa, que tinha transitado para a nossa área", afirmou, esclarecendo que, em casos de emergência, os passageiros são desembarcados na zona de terra mais próxima.

Entre as 92 pessoas socorridas, o gestor de operações do MRCC Delgada deu "maior relevância" aos 48 incidentes provocados por avarias nas embarcações e aos 23 casos de pessoas salvas no "âmbito de ações de resgate médico".

Face a 2018, existiu um decréscimo de 50 vidas salvas (foram 142 nesse ano), situação explicada com o acidente marítimo "de grandes dimensões" ocorrido em janeiro daquele ano com a embarcação "Mestre Simão", na ilha do Pico, que obrigou à assistência de 70 pessoas.

Em 2018, o MRCC Delgada registou 268 casos, uma diferença de 126 casos para as ocorrências do ano passado que o gestor operacional justificou com as "alterações de procedimentos internos e de gestão das ocorrências".

"Por exemplo, recebemos alguns alertas que eram da responsabilidade direta do capitão do porto. Em vez de se abrir um caso SAR com essa informação, automaticamente passámos a informação para a gestão do capitão do porto", assinalou.

Foram também registados cerca de 61 falsos alertas em 2019, situações causadas em muitos casos devido a erros enviados automaticamente pelos sistemas e dispositivos incorporados nas embarcações.

Paulo Lourenço apontou o possível aumento de acidentes marítimos de grandes dimensões como um dos desafios para o futuro.

"Estes desafios são cada vez maiores. O aumento da navegação na região e com o aumento das escalas de cruzeiros, por exemplo, aumenta significativamente o risco de acidentes marítimos e corremos o risco e estamos na iminência de poder desenvolver operações de salvamento de grandes dimensões", destacou.

O MRCC Delgada integra o Sistema Nacional para a Busca e Salvamento Marítimo, assegurando a coordenação das ações na Região de Busca e Salvamento de Santa Maria (SRR Santa Maria), a maior da Europa e segunda maior do Atlântico norte, com 5,2 milhões de quilómetros quadrados, aproximadamente 56 vezes a área do território nacional.

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