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Turismo: "Não há médicos no Algarve, nem professores a vir para Lisboa"

Miguel Sousa Tavares falou esta segunda-feira sobre o "défice zero" e sobre o que possibilitou este "marco histórico" para o país.

Turismo: "Não há médicos no Algarve, nem professores a vir para Lisboa"

"O 'défice zero' é um marco histórico", disse Miguel Sousa Tavares, referindo-se à previsão da OCDE e do Governo de saldo orçamental nulo (0%) para 2020.

O comentador acredita que este resultado é um marco "não apenas para as finanças públicas" mas para a "própria forma de viver" dos portugueses. "Se uma família não pode viver de dívida, um país não pode viver eternamente de dívida", considerou, no seu espaço de opinião semanal da TVI24.

Na perspetiva do jornalista, este resultado conseguiu-se, principalmente, "pela contenção do investimento público e da despesa em serviços públicos essenciais: saúde, transportes e educação". 

Atendendo às críticas de que Mário Centeno foi alvo no âmbito das cativações, Miguel Sousa Tavares admitiu que está "de acordo" com o ministro das Finanças num aspeto: "Não é só deitar dinheiro para cima dos problemas que os resolve".

O comentador sublinhou que a área da Saúde recebeu em 2019 mais 8,3% de fundos que no ano anterior e "só piorou", dando força à tese de que se trata de "um problema de planeamento, organização e gestão de recursos".

Um outro grande contribuinte para o equilíbrio das contas públicas, no entender do comentador, foi o turismo, que garantiu 18 mil milhões de euros, "substituindo em parte o decréscimo das outras exportações e serviços". Porém, e como "o ótimo é inimigo do bom", o turismo também trouxe consequências.

"O turismo tem que ter um limite sustentável, como já várias cidades perceberam. Para mim, o maior exemplo disso é que não há médicos no Algarve e não há professores a querer vir para Lisboa por causa da habitação. Isto para mim é o limite", afirmou, chamando a atenção para o impacto deste 'boom' turístico na vida dos portugueses e da necessidade de medidas integradas - que combinem o estímulo ao turismo com a qualidade de vida dos portugueses.

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