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Rui Pinto e Greta são as figuras do ano para os jornalistas da Lusa

O 'whistleblower' do Football Leaks, Rui Pinto, e a estudante sueca que se tornou num símbolo de um grito global contra a inação face às alterações climáticas, Greta Thunberg, são as figuras do ano escolhidas pelos jornalistas da Lusa.

Rui Pinto e Greta são as figuras do ano para os jornalistas da Lusa
Notícias ao Minuto

11:16 - 18/12/19 por Lusa

País 2019

Na mesma votação, as legislativas de 6 de outubro, que resultaram na Assembleia da República mais diversificada de sempre, com 10 forças políticas, e o conceito de "emergência climática", palavra do ano para os dicionários de Oxford e que passou a ser a bandeira de novos movimentos que denunciam a inação dos políticos no combate às alterações climáticas, foram os acontecimentos de 2019 escolhidos pelos jornalistas.

Participaram na escolha das figuras e acontecimentos do ano 102 jornalistas da Lusa, tendo 27 votado em Rui Pinto para personalidade do ano nacional, porque esteve em destaque na imprensa nacional e internacional ao longo deste ano, devido à divulgação de documentos sobre a indústria do futebol através do Football Leaks, pela qual assumiu responsabilidade.

Foi detido, em janeiro, em Budapeste, na sequência de um mandado de detenção europeu emitido pelas autoridades portuguesas, acusado de crimes de acesso ilegítimo, de violação de correspondência, de sabotagem informática e de tentativa de extorsão. Não se considera um 'hacker' e identifica-se como 'whistleblower', denunciante.

O segundo nome mais votado para esta categoria foi José Tolentino Mendonça, investido cardeal e com um percurso intelectual e evangélico e com uma ascensão meteórica na hierarquia da Igreja Católica em 2019. É apontado como integrando o grupo de cardeais mais próximos do Papa Francisco (20 votos).

Também foram submetidos a votação o ministro das Finanças, Mário Centeno, o treinador de futebol Jorge Jesus, o cineasta Pedro Costa e a figura dos sem-abrigo.

Greta Thunberg, que mereceu 77 votos, começou sozinha, aos 15 anos, uma "greve climática" que cresceu para um movimento internacional, mobilizando milhões. Tornou-se num símbolo de um grito global contra a inação face às alterações climáticas, ouvida em parlamentos e na assembleia-geral da ONU, tendo o seu nome sido incluído na 'shortlist' para o Nobel da Paz.

A segunda figura internacional mais votada foi o primeiro-ministro etíope, Abiy Ahmed (10 votos), que venceu o Nobel da Paz de 2019 e é um dos símbolos da nova Etiópia, que quebrou tradição de gestão autoritária e sectária, reforçando a abertura política e económica do único país africano que nunca foi colónia europeia.

Os restantes candidatos eram o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o Papa Francisco.

A nova configuração do Parlamento como acontecimento nacional mereceu 31 votos, ficando em segundo lugar a greve dos motoristas de mercadorias perigosas (30), numa votação que incluiu também a degradação do serviço nacional de saúde, a violência doméstica e a 'guerra da água' motivada pelos caudais nos rios transfronteiriços.

Pela primeira vez, este ano, a agência Lusa votou também o acontecimento e personalidade da lusofonia. Venceu, com 50 votos, Chico Buarque, vencedor do Prémio Camões deste ano.

O anúncio da atribuição do prémio abriu uma sucessão de acontecimentos que faz do cantor, compositor e romancista uma figura-chave na atualidade brasileira e na oposição ao governo de Jair Bolsonaro, que disse que a promulgação do diploma do prémio não está entre as suas prioridades.

Chico Buarque quando soube da declaração do Presidente brasileiro, publicou na sua conta no Instagram: "A não assinatura do Bolsonaro no diploma é para mim um segundo Prémio Camões".

Jair Bolsonaro e o ainda presidente da Guiné-Bissau, José Mário Vaz, eram os outros candidatos.

Para acontecimento do mundo lusófono foram escolhidos os ciclones em Moçambique, que causaram sete centenas de mortes. Devido às chuvas torrenciais e à passagem dos ciclones Idai e Kenneth, o país registou prejuízos na ordem dos três mil milhões de euros.

Com 54 votos, este fenómeno foi eleito o acontecimento do ano pelos jornalistas da Lusa, em detrimentos dos incêndios florestais da Amazónia e da investigação "Vaza Jato", que coloca em causa a imparcialidade do juiz Sérgio Moro, atual ministro da Justiça brasileiro, na operação "Lava Jato", que levou à detenção do ex-presidente Lula da Silva.

A Lusa divulga hoje textos sobre os acontecimentos e figuras de 2019 tendo em conta as escolhas dos jornalistas da agência. Um vídeo sobre o ano de 2019 será distribuído dia 26, e pode ser visto em www.lusa.pt.

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