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"Cristianos Ronaldos que estejam fora, ficamos contentes se regressarem"

O ministro dos Negócios Estrangeiros disse hoje, em Lisboa, que a preocupação do Governo é "evitar" a emigração forçada e ter uma política ativa de atração para Portugal de quadros e emigrantes portugueses com larga experiência no estrangeiro.

"Cristianos Ronaldos que estejam fora, ficamos contentes se regressarem"
Notícias ao Minuto

22:59 - 17/12/19 por Lusa

País Augusto Santos Silva

Segundo Augusto Santos Silva, o Governo está empenhado, não só em "garantir" às pessoas condições para não terem de emigrar, mas também em "ter uma política ativa de atração de quadros portugueses para Portugal".

"Porque precisamos deles, assim como do regresso de portugueses que estiveram décadas emigrados e que são titulares de uma experiência, de empreendedorismo e de poupanças, que muito têm beneficiado e podem ainda mais beneficiar a economia portuguesa", declarou

O governante, que falava na apresentação do Relatório da Emigração 2018, que decorreu no Ministério dos Negócios Estrangeiros, salientou que os principais destinos de emigração portuguesa são os países europeus e, dentro destes, "com a notável exceção da Suíça, os países-membros da União Europeia, porque o Reino Unido ainda o era em 2018".

Para o ministro, este dado deve levar a ter em conta que, "com o fenómeno da emigração, tal como convencionalmente a caracterizámos, está a cruzar-se cada vez mais um outro fenómeno, o da mobilidade europeia dos trabalhadores, em particular dos trabalhadores qualificados".

Essa mobilidade faz com que hoje, aquilo a que se chama "de forma um pouco incorreta emigração temporária (...), a que se faz por um período inferior a um ano, prevaleça numericamente bastante sobre a emigração permanente, como também acrescenta aos movimentos de regresso, os movimentos pendulares dentro desta mobilidade no mercado de trabalho crescentemente europeu", adiantou Santos Silva.

"Espero bastante que em 2021 o português António Guterres continue emigrado e que o português Cristiano Ronaldo possa ter regressado", disse, acrescentando: "O que quero dizer com isto é que, evidentemente, a nossa preocupação é limitar, o mais que pudermos, a emigração forçada, que se faz porque as pessoas não encontram oportunidades de trabalho, de vida profissional ou de realização do seu projetos de vida em Portugal".

"Portanto Cristianos Ronaldos que estejam fora, ficaremos muito contentes se regressarem, e aqueles que estão fora, e estando fora projetam a imagem de Portugal no exterior, os Guterres desta altura, espero que fiquem emigrados durante vários anos", concluiu.

De acordo com o Relatório da Emigração de 2018 divulgado hoje, cerca de 80 mil portugueses emigraram naquele ano, menos cinco mil do que em 2017, uma descida explicada sobretudo pela quebra da atração de países como Reino Unido ou Angola.

Segundo o documento, elaborado pelo Observatório da Emigração e que compila dados relativos a 2018, nos países onde estão disponíveis, "a emigração portuguesa continua numa tendência de descida, mas em desaceleração".

Esta descida deve-se sobretudo à quebra na atração no Reino Unido, pelo "efeito 'Brexit'", em Angola, "devido à crise económica desencadeada com a desvalorização dos preços do petróleo", bem como na Suíça, mas também à "retoma da economia portuguesa", nomeadamente "no plano da criação de emprego", refere-se no relatório.

Em termos globais, a tendência "parece indicar" que "as variações do volume da emigração portuguesa dependem hoje mais de mudanças de contexto nos principais países de destino do que da evolução da economia portuguesa", acrescenta-se.

O número de emigrantes tem vindo a descer desde 2013, quando atingiu o pico de 120 mil, o máximo deste século, passando para 115 mil em 2014, 115 mil também em 2015, 100 mil em 2016 e 85.000 em 2017.

Segundo o relatório, reforçou-se a tendência de concentração da emigração na Europa, enquanto se verificou uma "acentuada perda de importância relativa dos países americanos como destino alternativo" e um aumento da proporção de emigrantes estabelecidos em África, que, no entanto, é ainda minoritária e tem vindo a descer desde 2015.

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