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Greta Thunberg "tem feito a defesa da mais justa das causas"

Ministro do Ambiente diz que a jovem ativista sueca é fundamental para sensibilizar os jovens "e não só".

Greta Thunberg "tem feito a defesa da mais justa das causas"

O ministro do Ambiente, Matos Fernandes, defendeu esta quinta-feira que Greta Thunberg "tem um papel fundamental na consciencialização" de um mundo neutro em carbono e teceu largos elogios à causa que a jovem ativista sueca abraçou.

"Ela tem feito de facto a defesa da mais justa das causas, que é a causa de um mundo neutro em carbono. Portanto, o papel de Greta é fundamental para sensibilizar os jovens da idade dela, mas não só. Não tenho a mais pequena dúvida que a forma como ela passa a mensagem é extraordinariamente eficaz", disse, relembrando que se não houver uma regeneração de recursos "a vida da terra tornar-se-á insuportável".

Já quando ao tweet de Nuno Melo, onde o eurodeputado do CDS criticou Greta, acusando-a de faltar à escola, "enquanto navega mundo fora com estilo", Matos Fernandes começou por recordar que "não é comentador, mas sim ministro", acabando por admitir que não concorda com a visão de Nuno Melo, nem com a visão que o CDS tem para o ambiente.

"O CDS ainda hoje pensa que quando se fala em adaptação, que é um dos verbos de Paris, aquilo que tem de acontecer é que o território tem de se adequar a nós, quando é completamente o contrário […]. O CDS está completamente divorciado das causas ambientais, que são fundamentais para o nosso bem estar futuro", frisou.

Sobre a carta que enviou a Greta, o ministro admitiu que não teve resposta por parte da ativista, o que já estava à espera que acontecesse, mas mesmo assim não quis deixar que ela "soubesse algumas coisas sobre Portugal”. “Tenho muito orgulho naquilo que Portugal tem feito", rematou.

Durante a entrevista, dada em estúdio, em direto, na SIC Notícias, Matos Fernandes teve ainda tempo para falar do Plano de Gestão Integrada dos Fogos Rurais.

"Este é um plano que não fala só sobre o combate ao incêndio, é um plano completo que deixa claro que para sermos um território resistente ao fogo temos de mudar a nossa paisagem. Temos de intervir em pelo menos um quinto do espaço rural e florestal, desenhar uma nova paisagem com mosaicos para que possamos atingir o nosso objetivo que é reduzir para metade a área ardida nos próximos 10 anos", disse, explicando ainda outras medidas presentes no plano.

Com este plano, o governante prevê "reduzir em 80% as ignições em dias de maior risco" e não repetir o que aconteceu em 2017.

"Estivemos focados em mudar o que aconteceu em 2017. Posso garantir que Portugal está hoje muito mais bem preparado nos meios que tem, na forma como coordena esses mesmos meios para que não voltem a acontecer fenómenos como em 2017. Mas só mesmo transformando a paisagem é que vamos ter a garantia de que fenómenos como aqueles não voltam a acontecer. Tem de haver descontinuidades na paisagem florestal" esclareceu.

Em jeito de conclusão, Matos Fernandes disse que o plano tem "uma ambição grande de investimento", ou seja, 500 mil euros ao ano, o que vai fazer com que cheguemos ao final da década “com uma nova paisagem florestal”.

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