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Fecho da urgência do Garcia de Orta "obriga" médicos a fazer horas extra

O Sindicato dos Médicos da Zona Sul defende que os médicos de família são obrigados a fazer horas extraordinárias para compensar o fecho das urgências do Hospital Garcia de Orta, em Almada.

Fecho da urgência do Garcia de Orta "obriga" médicos a fazer horas extra
Notícias ao Minuto

17:07 - 22/11/19 por Filipa Matias Pereira

País Garcia de Orta

Em alternativa ao encerramento do Serviço de Urgência de Pediatria do Hospital Garcia de Orta, o Ministério da Saúde "obrigada médicos de família a realizar horas extraordinárias". A denúncia é do Sindicato dos Médicos da Zona Sul (SMZS).

Perante o "inevitável" encerramento do Serviço de Urgência de Pediatria do Hospital Garcia de Orta (HGO), desde o passado dia 18, a alternativa passa "por impor o prolongamento do funcionamento dos centros de saúde do Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) Almada-Seixal, à custa de trabalho extraordinário, durante a semana e aos fins de semana".

Este prolongamento ficará a cargo dos médicos de família, que, garante o Sindicato, já estão "sobrecarregados com os cuidados a uma população altamente carenciada". E esta "imposição será por tempo indeterminado e para dar resposta à época de contingência do frio e encerramento da urgência pediátrica do HGO durante o período noturno", pode ainda ler-se no comunicado.

Como indica o Sindicato, os profissionais de saúde receberam, esta sexta-feira, a informação de que teriam de iniciar trabalho extraordinário na segunda-feira seguinte (dia 25). Para além de classificar esta situação como um "desrespeito" pelos profissionais de saúde, a organização sindical vai ainda mais longe.

Defende o SMZS que o "limite de trabalho extraordinário não é respeitado no que concerne ao Atendimento Complementar realizado pelos médicos de família" e que esta situação vai "aumentar o descontentamento dos utentes por dificuldade de acesso às consultas com o seu médico de família, por prejuízo da organização do tempo de trabalho normal".

Ou seja, "a solução arranjada não só mantém o encerramento das urgências pediátricas do HGO, como diminui o acesso da população aos cuidados de saúde primários, já por si tão deficitários nesta região, uma das mais carenciadas em termos de Medicina Familiar". O Sindicato dos Médicos da Zona Sul condena, por isso, "esta atitude autoritária por parte do Ministério da Saúde".

Contactada pelo Notícias ao Minuto, fonte oficial da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT) esclarece que "a resposta face à redução de horário da urgência pediátrica do Hospital Garcia de Orta é uma solução de contingência". Assim sendo, "a afetação dos profissionais de saúde e o horário de funcionamento do Atendimento Complementar (AC) do Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) Almada-Seixal são idênticos ao habitualmente adotado no plano de contingência para as temperaturas extremas/gripe. A diferença entre esse plano e o atual são duas horas suplementares nos dias úteis". 

A ARSLVT "agradece o contributo de todos os profissionais. Sublinha-se que no ACES Almada-Seixal existem 90 especialistas em Medicina Geral e Familiar, 144 enfermeiros e 49 assistentes técnicos que reúnem condições para participar no AC em regime de trabalho suplementar". 

Salienta ainda a ARSLVT que "o atual horário/oferta de cuidados também teve em consideração tratar-se de uma zona urbana com grande densidade populacional, onde há pais que trabalham longe do local de residência e por isso chegam mais tarde a casa". 

[Notícia atualizada às 07h04]

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