Gémeas da Amadora continuam em casa de acolhimento. Avó critica decisão
O Tribunal de Família e Menores da Amadora decidiu, esta sexta-feira, manter numa casa de acolhimento temporário as gémeas retiradas aos pais, em agosto deste ano, com quem viviam numa garagem sem condições.
© Global Imagens
País Amadora
O tribunal rejeitou a avó das gémeas da Amadora, residente no Brasil, como candidata à guarda das crianças institucionalizadas há três meses. Em entrevista ao programa da RTP, Sexta às 9, a familiar considerou que Portugal está a cometer um erro e a comprometer o futuro das duas crianças, de 11 anos.
"Fiquei desapontada porque acho que a questão seria resolvida mais rapidamente", começou por dizer a avó materna das gémeas, Maria Luiza dos Santos através de uma videochamada no Skype.
Confrontada com a intenção, manifestada em tribunal, pelos pais biológicos das gémeas em encontrarem condições para voltarem a ter a guarda das filhas, a avó mostrou-se a favor se as crianças fossem bem tratadas. Contudo, a familiar deixou a questão: "Se não cuidou até agora, por que é que agora vai ser diferente?"
No Brasil, os familiares maternos garantem ter condições financeiras e apelam ao regresso da mãe das gémeas à sua terra Natal com as duas menores.
"O Estado português falhou e continua a falhar", concluiu a avó.
É de recordar que o Ministério Público (MP) tentou, em 2017, localizar os pais e as gémeas que viveram anos em condições deploráveis numa garagem na Amadora, sem frequentar a escola, tendo recorrido à PSP, Segurança Social e à Direção-Geral dos Estabelecimentos Escolares. Contudo, não foi possível saber do paradeiro da família, facto que impediu que "fosse desencadeado qualquer procedimento tendente à remoção de eventual perigo a que as crianças estivessem sujeitas", explicou em 22 de agosto a PGR, em resposta à Lusa.
Em julho, e depois de terem chegado ao conhecimento do MP novos elementos, incluindo a localização da família, foi instaurado um processo de promoção e proteção das crianças que acabaram por ser retiradas aos pais e colocadas numa casa de acolhimento temporário, na qual vão permanecer. O MP instaurou também um inquérito no qual se investigam "factos suscetíveis de integrarem crimes de violência doméstica".
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